Agência France-Presse
postado em 25/07/2016 22:23
Imigrantes com a situação recém-regularizada, ou em situação legal ainda não resolvida nos Estados Unidos, representantes de famílias que vivem sob a ameaça constante de deportação, ocuparam nesta segunda-feira (25/7) o centro da cena no primeiro dia da Convenção Nacional do Partido Democrata, na Filadélfia.Karla Ortiz, de apenas 11 anos, falou em inglês e em espanhol na plenária da Convenção Nacional, acompanhada de sua mãe, Francisca, que ainda não possui documentos em ordem e corre o risco de ser deportada a qualquer momento.
"Sou americana. Nasci em Las Vegas. Meus pais vieram para este país, buscando uma vida melhor", disse a menina, que, quando crescer, quer ser advogada "para ajudar outras famílias como a nossa".
Em um ovacionado discurso em espanhol, sua mãe afirmou que, "como todos os pais, trabalhamos duro para dar aos nossos filhos uma vida melhor, vivendo cada dia com a esperança de que nossos esforços garantam que seus sonhos sejam realizados".
"O sistema de imigração precisa ser melhorado para que todas as famílias possam estar juntas e possam alcançar o sonho americano", acrescentou.
Durante a campanha, a pequena Karla emocionou o país ao tentar explicar sua situação à então pré-candidata Hillary Clinton, mas não conseguiu controlar o choro diante do medo da possível deportação de seus pais.
Hoje, a ativista Astrid Silva alertou sobre o drama em que vivem milhões de americanos diante da iminência de serem deportados, incluindo pessoas, cujos filhos já regularizaram sua situação migratória.
O candidato republicano à presidência Donald Trump propõe a expulsão dos cerca de 11 milhões de imigrantes em situação irregular no país.
"Quando Donald Trump fala de deportar 11 milhões de pessoas, refere-se a destroçar famílias", advertiu Silva.
Todas as pesquisas indicam que o voto de origem latina deve apoiar Hillary em peso na eleição presidencial de 8 de novembro.