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Presidente Obama discursa em favor de Hillary Clinton

A última vez que um líder americano passou o posto para alguém do próprio partido foi em 1988

postado em 28/07/2016 06:00

A última vez que um líder americano passou o posto para alguém do próprio partido foi em 1988
Oito anos após derrotar Hillary Clinton nas primárias democratas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou ao palco da convenção nacional do partido, na Filadélfia, para dar seu apoio à antiga concorrente. Em uma fala elogiosa, o primeiro presidente negro do país usou seu carisma para alertar os americanos sobre os riscos de uma escolha errada nas eleições de novembro e convencê-los a tornar a ex-secretária de Estado a primeira mulher a chefiar o Executivo, continuando uma fase de feitos históricos para a política americana. ;Não importa o quão difíceis sejam as probabilidades; não importa o quanto as pessoas tentem derrubá-la, ela nunca, nunca desiste;, ressaltou.

Prestes a encerrar o segundo mandato consecutivo, Obama usou o tom de um líder experiente para salientar que ;nada prepara para as demandas do Salão Oval até que você se senta na escrivaninha;. ;Você não sabe como é gerenciar uma crise global ou mandar pessoas para a guerra;, exemplificou, em referência à inexperiência e à postura impulsiva do rival republicano, Donald Trump.

O democrata contrastou a inconsistência do opositor com os anos de experiência de Hillary à frente do Departamento de Estado (2009-2013), como senadora por Nova York (2001-2009) e primeira-dama (1993-2001). ;Ela fez parte dessas decisões. Ela sabe o que está em jogo, nas escolhas que nosso governo faz, para as famílias trabalhadoras, os cidadãos idosos, os donos de negócios pequenos, o soldado e o veterano.;

Obama descreveu sua afilhada política como uma líder determinada que escuta as pessoas e é calma e respeitosa. ;Essa é a Hillary que eu conheço. Essa é a Hillary que eu passei a admirar, e é por isso que eu posso dizer com confiança que nunca houve um homem ou uma mulher mais qualificados do que Hillary Clinton para servir como presidente dos EUA.;

O democrata rebateu as críticas de Trump sobre a situação do país com um relato otimista, apesar das dificuldades atuais. ;Ficamos frustrados com os impasses políticos, preocupados com a divisão racial, chocados e entristecidos pela loucura de Orlando ou Nice;, admitiu, ao mencionar os recentes atentados terroristas em solo americano e na França. No entanto, ele se dirigiu aos eleitores atraídos pelo discurso de Trump afirmando que não será uma política excludente que fará o país superar tais desafios ;Apenas unidos somos fortes;, defendeu.

Cabo eleitoral
Em contagem regressiva para encerrar seu período à frente do Executivo, Obama conta com 51% de aprovação, segundo medições do instituto de pesquisa Gallup. A popularidade do democrata, que eletrizou multidões com o slogan ;Yes we can; (Sim, nós podemos) nas eleições de 2008, é um dos trunfos da campanha de Hillary. ;Parece que Obama será mais ativo na campanha do que seus antecessores costumaram ser;, observa Timothy Hagle, professor de ciência política da Universidade de Iowa. ;Isso pode energizar a base e cativar independentes de formas que Hillary não foi capaz, além de ajudar a minimizar os efeitos de qualquer problema com os apoiadores de Sanders;, pondera.

A última vez que um presidente em exercício conseguiu eleger seu apadrinhado para a sucessão foi em 1988, quando o republicano Ronald Reagan ajudou George H. Bush a chegar à Casa Branca, graças à sua popularidade de 53,5%, registrada no período das convenções partidárias. A última vez em que um democrata assumiu a Presidência após um correligionário ocupar o posto foi quando Lyndon Johnson substituiu John F. Kennedy, assassinado em 1963.

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