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Casos de microcefalia associados ao zika alarmam a América Central

Em apenas três dias, seis mulheres deram à luz bebês com microcefalia em Honduras

Agência France-Presse
postado em 30/07/2016 10:33

Em apenas três dias, seis mulheres deram à luz bebês com microcefalia em um hospital da cidade hondurenha de Choluteca, fenômeno associado a um surto do zika vírus.

A incidência de casos de microcefalia nesta cidade de 121.000 habitantes, localizada 85 km ao sul de Tegucigalpa, ativou o alarme das autoridades de saúde.

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"Estes seis casos nos alarmaram e pensamos que têm conexão com o zika, porque anualmente é registrado um parto de uma criança com microcefalia, mas ter seis em três dias é alarmante", afirmou à AFP o epidemiologista do hospital, Gustavo Avila.

O especialista afirmou que no hospital foram atendidas onze mulheres grávidas que adquiriram zika e que apenas uma das que já deu à luz teve um filho normal.

Os casos de Choluteca são os mais graves já registrados até agora na América Central, mas a incidência do zika preocupa toda a região, devido ao pouco efeito dos esforços para controlar o mosquito Aedes aegypti, transmissor tanto do zika quanto da dengue e da chikungunya.

Em El Salvador foi registrado o nascimento de quatro bebês com microcefalia relacionada ao zika entre mais de uma centena de mulheres que contraíram a doença e que tiveram filhos normais, segundo o ministério da Saúde.

Na Guatemala, 16 bebês nasceram com as deformações da doença viral, que consistem em um cérebro e uma caixa craniana de dimensões inferiores às normais.

O ministério da Saúde informou que foram realizados testes nas crianças e não foi encontrada nenhuma relação com o zika, mas foram enviadas amostras a laboratórios especializados dos Estados Unidos para que realizem novos testes que permitam confirmar ou descartar a relação.

As autoridades de saúde da Nicarágua e da Costa Rica reportam vários casos de zika em mulheres grávidas, 36 e 15, respectivamente, mas nenhum caso de microcefalia associado ao vírus.

Sequelas

O médico Saúl Juárez, diretor do Hospital Regional do Sul em Choluteca, onde ocorreram os seis casos hondurenhos, explicou que a microcefalia pode provocar convulsões, assim como problemas motores e cognitivos nas crianças afetadas.

Indicou que os seis bebês afetados receberão um tratamento especial para contrabalançar estes efeitos negativos.

A ministra da Saúde de Honduras, Yolani Batres, informou que neste país foram registrados 27.869 doentes de zika neste ano, 16.860 de dengue e 13.240 de chikungunya.

As três doenças são transmitidas aos humanos por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, cuja eliminação é um objetivo de primeira ordem para as autoridades de saúde.

Em todos os países são lançadas campanhas orientadas a convencer a população a eliminar a água parada, que é o meio natural de reprodução do inseto.

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