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Cristãos e muçulmanos prestam homenagem a padre francês degolado

Suspeito do crime foi detido

Grupos de cristãos e muçulmanos prestarão homenagens neste sábado (30/7) ao padre assassinado em uma igreja na França, enquanto a investigação avançava com a prisão de um homem vinculado ao brutal ataque terrorista.

Duas pessoas, o primo de um dos assassinos e um refugiado sírio, seguiam neste sábado em prisão preventiva, quatro dias após o assassinato do padre Jacques Hamel, de 85 anos, que foi degolado enquanto celebrava uma missa. O ataque, o primeiro contra um religioso católico, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Ao mesmo tempo, uma fonte próxima à investigação revelou que um menor de 17 anos, que havia tentado viajar à Síria com um dos autores do ataque, foi detido em Genebra poucos dias antes do atentado, quando voltou a tentar viajar. Por enquanto, no entanto, "nada demonstra que tenha um envolvimento no atentado", advertiu a fonte.

Uma série de manifestações e homenagens serão realizadas neste sábado em todo o país em memória do padre Jacques Hamel.

No centro de Lyon (leste), a segunda cidade da França, os representantes muçulmanos organizaram uma "marcha da irmandade" e em uma igreja de Bordeaux (sudoeste) será realizada uma cerimônia ecumênica.

Em Saint-Etienne du Rouvray, a localidade onde ocorreu o ataque, será realizada uma oração fúnebre na outra igreja da cidade, situada ao lado da mesquita local. Na sexta-feira, fiéis muçulmanos e cristãos rezaram juntos na igreja e na mesquita Yahia.

O Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) convidou os fiéis a se apresentarem nas igrejas durante o momento da missa. A Conferência Episcopal Francesa (CEF) pediu às paróquias que os acolhessem de maneira "fraterna".

Testemunho das religiosas

A investigação do atentado tenta trazer à tona a rede na qual se movimentavam os dois terroristas, Abdel Malik Petitjean e Adel Kermiche, dois franceses de 19 anos, detectados separadamente pelos serviços de informação franceses.

Além das duas pessoas em prisão preventiva, outro homem fichado por radicalização foi detido em 25 de junho. Na sexta-feira foi acusado de crime de associação criminosa com fins terroristas.

A polícia encontrou em sua casa um vídeo no qual Petitjean jurava lealdade ao EI e falava de uma "ação violenta".

Em outra investigação paralela, um francês de 20 anos foi detido. Havia viajado à Turquia no início de junho junto a Petitjean, antes de ambos serem devolvidos à França.

O testemunho das duas religiosas mantidas como reféns na igreja forneceu dados cruciais sobre como o ataque ocorreu.

Em uma entrevista ao semanário católico francês La Vie, explicaram que depois do assassinato do sacerdote conseguiram conversar com os terroristas. "Enquanto existirem bombas na Síria continuaremos com os atentados", eles teriam dito.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, reconheceu na sexta-feira o "fracasso" do acompanhamento judicial de Adel Kermiche, que estava sob prisão domiciliar com uma pulseira eletrônica à espera de julgamento.

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Entre maio de 2015 e março de 2016, Kermiche esteve na prisão por 10 meses à espera de julgamento por ter tentado em duas ocasiões viajar à Síria. Contra a opinião da promotoria, foi colocado em prisão domiciliar, com vigilância eletrônica.

Abdel Malik Petitjean estava fichado desde 29 de junho, segundo uma fonte próxima à investigação.

Por sua vez, a Áustria entregou na sexta-feira à França dois homens, um argelino e um paquistanês, suspeitos de querer participar dos atentados de Paris de 13 de novembro.