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Turquia convoca diplomata alemão um dia após manifestação de Colonia

Horas antes da manifestação, a Corte Constitucional da Alemanha proibiu a exibição ao vivo, por vídeo, de discursos de políticos turcos

Agência France-Presse
postado em 01/08/2016 08:28
Istambul, Turquia - A Turquia convocou um diplomata alemão um dia depois de um protesto em Colônia em apoio ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan, mas o governo da Alemanha não deu muita importância ao assunto.

"Nas relações entre Estados é algo cotidiano, é normal que o representante de um Estado seja convocado pelo ministério das Relações Exteriores do país anfitrião", afirmou o porta-voz do ministério alemão das Relações Exteriores, Martin Sch;fer.

[SAIBAMAIS]"Por isto não há nada excepcional", reiterou, antes de afirmar supor que o encarregado de negócios alemão havia sido convocado por causa da "manifestação em Colônia" no domingo. A justiça alemã proibiu Erdogan de discursar aos manifestantes de Colônia por vídeo.

Ancara considerou "inaceitável" a proibição da Corte Constitucional Alemã ao discurso por videoconferência de Erdogan em Colônia (oeste), para milhares de simpatizantes. Assim, o governo turco convocou o encarregado de negócios alemão.

Dezenas de milhares de simpatizantes de Erdogan se reuniram na cidade alemã para expressar oposição à tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, que pretendia destituir o líder turco. Horas antes da manifestação, a Corte Constitucional da Alemanha proibiu a exibição ao vivo, por vídeo, de discursos de políticos turcos, incluindo Erdogan, pelo temor de que provocassem distúrbios.

A decisão irritou Ancara e o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, afirmou que a proibição era inaceitável e representava uma "violação da liberdade de expressão e do direito de reunião".



As autoridades alemãs temiam que um discurso por videoconferência de Erdogan aumentasse ainda mais a tensão dentro da diáspora turca na Alemanha, a maior do mundo, com 1,55 milhão de turcos e uma comunidade de três milhões de pessoas no total, incluindo os alemães de origem turca.

As relações entre Berlim e Ancara sofreram uma deterioração nos últimos meses por uma série de divergências, como a resolução votada no Parlamento alemão que classifica de "genocídio" o massacre dos armênios sob o império otomano em 1915.

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