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Chanceleres do Mercosul buscam saída para crise institucional do bloco

%u201CEstamos trabalhando para encontrar o caminho que nos leve à normalização da presidência do Mercosul%u201D, disse Loizaga, ministro de Relações Exteriores do Paraguai

Diante do impasse sobre a presidência pro tempore do Mercosul, deixada pelo Uruguai na última sexta-feira (29/7) sem a transferência oficial do comando para a Venezuela, o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, disse hoje (1/8) que seu país, a Argentina e o Brasil estão em contato permanente em busca de uma saída para a grave crise institucional do bloco.

[SAIBAMAIS];Estamos em contato permanente para ver como podemos avançar. A Argentina apresentou um projeto e estamos trabalhando para encontrar o caminho que nos leve à normalização da presidência do Mercosul;, disse Loizaga em entrevista coletiva.



O chanceler paraguaio reiterou que seu país se opõe a que a Venezuela assuma a presidência do bloco de integração regional porque Caracas deve cumprir certos requisitos e normas internas, além do protocolo de direitos humanos, que, segundo ele, não são respeitados no país presidido por Nicolás Maduro.

Na sexta, o Uruguai deu por encerrada sua gestão no comando do Mercosul, após mandato de seis meses, mas não anunciou a transferência para a Venezuela, próximo país na linha sucessória, que obedece ordem alfabética.

Para o Uruguai, não há argumentos jurídicos que impeçam a transferência da presidência temporária do bloco para a Venezuela, mas Brasil e Paraguai se opõem por causa da situação política do país bolivariano.

O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, reconheceu este fim de semana que a situação do Mercosul é grave e que ;é preciso esperar que a Venezuela convoque alguma reunião; para saber como os demais sócios do bloco reagirão.

Apesar de não informar publicamente que assumiu a presidência pro tempore do Mercosul, a Venezuela considera o caso encerrado. Em sua agência oficial, a Agência Venezolana de Notícias, o governo de Maduro informa que recebeu cumprimentos do presidente da Bolívia, Evo Morales, pela chegada ao comando do bloco regional.

Os governos do Brasil e da Argentina ainda não se manifestaram oficialmente sobre a questão.