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Tayyip Erdogan acusa Ocidente de apoiar o "terrorismo" e os golpistas

Erdogan foi ainda mais longe e chegou a afirmar que o roteiro do golpe frustrado "foi escrito a partir do exterior"

Agência France-Presse
postado em 02/08/2016 10:55
Istambul, Turquia - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta terça-feira o Ocidente de apoiar o "terrorismo" e os golpistas que tentaram derrubá-lo, no ataque mais duro contra os aliados ocidentais de Ancara desde o golpe de Estado frustrado de 15 de julho.

Erdogan foi ainda mais longe e chegou a afirmar que o roteiro do golpe frustrado "foi escrito a partir do exterior". "Infelizmente, o Ocidente está apoiando o terrorismo e a favor dos golpistas", disse Erdogan em um discurso no palácio presidencial.

[SAIBAMAIS]"Os que imaginamos nossos amigos estão a favor dos golpistas e dos terroristas", repetiu durante um fórum econômico organizado na sede da presidência. Para o presidente turco, "este golpe de Estado não é apenas um evento planejado do interior. Os atores agiram no país seguindo um roteiro que havia sido escrito a partir do exterior".

Erdogan acusa o pregador Fethullah Gulen, um ex-aliado que atualmente vive exilado nos Estados Unidos, de ser o cérebro do levante frustrado. A ruptura entre Gulen e Erdogan remonta a 2013, quando explodiu um escândalo de corrupção que afetou familiares do presidente turco. Erdogan, naquela época primeiro-ministro, acusou Gulen de ter fabricado este caso.

Um dia após o golpe, o poder islamita-conservador do presidente Erdogan iniciou uma verdadeira caça às bruxas contra os supostos partidários do pregador, demitindo milhares de trabalhadores de setores como a justiça e a educação, fechando meios de comunicação e detendo jornalistas, militares e juízes. Mais de 18.000 pessoas foram detidas provisoriamente.



O chefe de Estado turco reagiu em particular contra a decisão das autoridades alemãs que o proibiram de se dirigir através de um vídeo aos seus partidários reunidos em Colônia (oeste da Alemanha) durante uma manifestação de apoio a Ancara. Além disso, criticou Berlim por permitir discursos por videoconferência de autoridades do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, rebeldes curdos), que combate o exército turco desde o fim do cessar-fogo, em julho de 2015. O PKK é considerado uma organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.

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