Agência France-Presse
postado em 02/08/2016 15:20
Caracas, Venezuela - A oposição venezuelana recebeu a autorização para pedir ao poder eleitoral que ative um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.[SAIBAMAIS]"Nós já temos em nossas mãos o registro do cumprimento de 1% (dos cadernos eleitorais), assim como o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) exigiu", disse à imprensa o líder opositor Juan Carlos Caldera ao exibir o certificado para as câmeras nos portões do CNE em Caracas (centro).
Caldera estava se referindo ao documento que confirma que a MUD conseguiu validar 200.000 assinaturas para solicitar a consulta pública.
Embora a plataforma de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) disponha de dois dias para pedir o referendo, Caldera afirmou que vai agilizar o processo para cumprir as demais formalidades e obter, ainda hoje, a autorização.
Trata-se do passo prévio à coleta de quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral), necessárias para convocar o revogatório.
Por sua parte, o secretário-geral da MUD, Jesus Torrealba, assegurou que a dissidência vai "lutar" não só sobre o prazo para recolher as assinaturas, mas também pelas "condições" para tal.
O CNE deve responder ao pedido que será feito nesta terça-feira em um máximo de 15 dias e fixar em 15 dias úteis a data e os centros para o registro das quatro milhões de assinaturas.
A oposição exige que o referendo seja realizado antes de 10 de janeiro de 2017, porque se Maduro perder haverá novas eleições. Mas se for realizado após essa data, os dois anos restantes do mandato vão ser cumpridos por seu vice-presidente.
O governo de Maduro descarta a possibilidade da consulta ser realizada este ano, argumentando que a MUD iniciou os trâmites tardiamente.