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Obama dá último empurrão para aprovação de acordo Ásia-Pacífico

Obama alertou para o fortalecimento das forças anti-comércio que podem representar um retrocesso na área

Agência France-Presse
postado em 02/08/2016 17:43
Washington, Estados Unidos - Enfrentando uma forte oposição ao tratado comercial Ásia-Pacífico, o presidente americano, Barack Obama, defendeu nesta terça-feira (2/8) a importância econômica e estratégica do acordo para Washington e para o comércio global.

[SAIBAMAIS]Apresentando o pacto de 12 países - que não inclui a China - como parte de uma batalha travada com Pequim por influência regional, Obama alertou para o fortalecimento das forças anti-comércio que podem representar um retrocesso na área.



O acordo é fortemente apoiado pela Casa Branca, mas opõe os dois candidatos à presidência, Hillary Clinton e Donald Trump. Para entrar em vigor, ainda precisa ser ratificado pelo Congresso, que parece estar de olho nas eleições de novembro.

"Agora, eu sou o presidente, e sou a favor (do acordo)", disse Obama, dando novo estímulo para que o tratado seja aprovado antes de ele deixar o cargo em janeiro de 2017.

"Se nós não estabelecermos regras, normas e o o modo como os negócios e o comércio serão conduzidos na Ásia-Pacífico, a China o fará", disse Obama em um encontro com o primeiro-ministro de Cingapura Lee Hsien Loong na Casa Branca.

"Somos parte da economia global. Não estamos revertendo isso. Isso não pode ser revertido".

Obama argumentou que a Parceria Transpacífico é parte da resposta a questões do tipo "como nós teremos certeza de que a globalização, a tecnologia, a automatização, essas coisas todas serão favoráveis e não contra nós?".

O presidente também ressaltou que, por causa do TPP, leis trabalhistas foram melhoradas no Vietnã, e a Malásia tem combatido o tráfico de pessoas de forma mais séria.

Lee deu apoio político a Obama, pedindo que o acordo seja aprovado e lembrando que a reputação dos EUA no mundo está "no limite".

"Seus colegas que vieram negociar, cada um deles teve que superar algum tipo de objeção política interna, alguma sensibilidade, algum custo político para se sentar à mesa de negociação e fechar esse acordo", disse.

"Se depois de esperar no altar a noiva não vier, eu acho que muita gente ficará com o coração partido -não só emocionalmente".

Com uma sinceridade surpreendente, Lee disse que a rejeição do TPP pelo Congresso não só poderá abalar o líder japonês Shinzo Abe como também as relações com o Japão, um dos países da Ásia que serão protegidos pelo acordo.

Lee advertiu que países como o Japão poderão repensar o apoio militar aos EUA.

"Esse é um cálculo muito sério, que não é dito abertamente, mas que sem dúvida é pensado", disse.

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