Agência France-Presse
postado em 04/08/2016 11:54
O corpo de um refugiado sírio homossexual foi encontrado em um bairro de Istambul, mutilado e decapitado, dois dias depois de desaparecer no centro da cidade, informou um grupo local de direitos humanos. Muhammed Wisam Sankari desapareceu no dia 23 de julho depois de sair de sua casa no distrito conservador de Fatih, informou o grupo Kaos Gay and Lesbian Cultural Research and Solidarity Association (Kaos GL).Até o momento, o crime não foi abordado pela grande imprensa, e sim por algumas publicações esquerdistas que citam a Kaos GL, e ainda não há uma confirmação oficial de que tenha sido um assassinato por causa de sua orientação sexual. A associação afirma que o corpo mutilado e decapitado foi encontrado em 25 de julho em Yenikapi, no mesmo distrito. Ele havia chegado a Istambul há um ano fugindo da guerra em seu país, mas queria ir embora porque temia por sua vida, depois que grupos de homens armados o ameaçaram.
O corpo foi tão esfaqueado que só pôde ser reconhecido pelas calças que Wisam usava. Segundo a ONG, ele foi esfaqueado com tanta violência que duas facas quebraram. Os órgãos internos estavam à mostra. O sírio já havia sido sequestrado e estuprado cinco meses antes de sua morte, contou um de seus companheiros. "Iam matá-lo, mas ele se salvou ao se jogar do carro em movimento. Denunciou o caso à polícia, mas não deu em nada", contou o amigo. A fonte acrescentou que sofreram muita perseguição por serem gays.
A homossexualidade era legal na Turquia no período da república, mas os homossexuais no país denunciam regularmente que sofrem abusos e perseguições em uma sociedade majoritariamente muçulmana e conservadora.