Agência France-Presse
postado em 04/08/2016 20:33
O Mercosul continua em crise pela passagem da presidência rotativa do bloco à Venezuela. A reunião de seus sócios fundadores em sua sede de Montevidéu nesta quinta-feira terminou sem qualquer avanço ou consenso.A reunião permitiu a "constatação de não houve consenso em torno do tema da presidência pro tempore", disse o vice-chanceler paraguaio, Rigoberto Gauto, a jornalistas depois do encontro que durou o dia todos entre coordenadores técnicos do bloco composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
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Na noite de quarta-feira, Nicolás Maduro fez duras críticas a alguns de seus sócios. O mandatário disse em um ato oficial que a Venezuela é perseguida pelos governos de Argentina, Brasil e Paraguai, aos quais chamou de "tríplice aliança de torturadores da América do Sul".
Gauto disse que as declarações de Maduro não foram discutidas na reunião celebrada na sede administrativa do Mercosul em Montevidéu.
"A Venezuela foi convidada mas não veio, o que lamentamos", disse Gauto sobre a falta de representantes venezuelanos na reunião. "Todos os países manifestaram sua decepção por não terem contado com a delegação da Venezuela", acrescentou.
O Uruguai deixou a presidência do Mercosul na última sexta-feira após seis meses à frente do bloco, sem ato de passagem à Venezuela.
A Venezuela, entretanto, considera que assumiu o comando da agenda do bloco, mas Brasil, Argentina e Paraguai não reconhecem seu mandato.