Agência France-Presse
postado em 05/08/2016 09:10
Pequim, China - O ativista dos direitos humanos Gou Hongguo foi condenado nesta sexta-feira (5/8) na China a três anos de prisão, com suspensão condicional da pena, anunciou um tribunal de Tianjin (norte).Gou Hongguo, um cristão comprometido com a luta contra as expropriações forçadas, é o quarto militante social condenado em quatro dias no país. Ele foi condenado por viajar ao exterior para "treinar a subverter o poder de Estado", informou o Segundo Tribunal Intermediário Popular de Tianjin. Também foi acusado de tentar colocar a opinião pública contra o governo para "derrubar o sistema socialista", indicou o tribunal.
[SAIBAMAIS]Guo Hongguo se declarou culpado durante o julgamento e não apelará da sentença, indicou a agência estatal Xinhua. Hongguo ficou famoso por lutar contra as expulsões e expropriações violentas de suas casas de pessoas sem recursos por parte de agentes imobiliários com o apoio do governo.
Ele havia sido detido em julho de 2015, durante uma grande operação contra advogados e ativistas sociais em todo o país. Nos últimos dias, após julgamentos expressos, o mesmo tribunal de Tianjin condenou três famosos ativistas sociais. O advogado Zhou Shifeng, um conhecido defensor dos direitos humanos, foi condenado na quinta-feira a sete anos de prisão por "subversão contra o poder do Estado".
Hu Shigen, autor dissidente e coordenador de igrejas dissidentes em Pequim, foi condenado a sete anos e meio de prisão um dia antes. Zhai Yanmin, um dissidente que organiza protestos, foi condenado na terça-feira a três anos e meio de prisão, mas com suspensão condicional da pena.
O governo dos Estados Unidos criticou os julgamentos e pediu a "libertação de todos os advogados e ativistas detidos em julho de 2015". "É preocupante que as autoridades chinesas tenham proibido que os acusados escolhessem os próprios advogados e os tenham privado de contato com seus parentes", disse Mark Turner, porta-voz do Departamento de Estado americano.
As esposas de alguns acusados denunciaram que se encontram sob rígida vigilância e que foram proibidas de comparecer aos julgamentos em Tianjin. Desde a chegada de Xi Jinping à presidência em 2013, ONGs e analistas denunciam um aumento da repressão contra as vozes críticas do governo do Partido Comunista chinês.