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Arábia Saudita corta preços de petróleo para Ásia para conter concorrentes

A redução no preço, que vale para as compras de setembro, ocorre após dois anos de grandes volumes produzidos pela Arábia Saudita, maior produtor mundial da commodity

Agência Estado
postado em 05/08/2016 14:48
Sob pressão de Rússia, Iraque e Irã, a Arábia Saudita ofereceu na semana passada um desconto no petróleo que vende, para manter sua fatia de mercado em grandes mercados da Ásia. A redução no preço, que vale para as compras de setembro, ocorre após dois anos de grandes volumes produzidos pela Arábia Saudita, maior produtor mundial da commodity.



[SAIBAMAIS]Riad decidiu manter a produção em patamar alto, defendendo seu mercado ante os concorrentes internacionais. Na Ásia, a principal fonte de crescimento na demanda por petróleo recentemente, porém, os sauditas continuaram a perder espaço.

No último domingo, a Arábia Saudita cortou seus preços para os clientes asiáticos em entre US$ 0,70 e US$ 1,30 o barril (dependendo do tipo), o que ajudou a levar o preço do barril global para abaixo de US$ 42. Trata-se do corte de preço mais acentuado desde outubro. "Os cortes foram feitos para garantir que a Arábia Saudita siga competitiva frente a vendedores do Oriente Médio e da Europa", disse uma pessoa familiarizada com as discussões sauditas para o corte de preços.

A fatia do Iraque no mercado indiano superou a da Arábia Saudita no segundo trimestre deste ano. O Iraque vendeu 11 milhões de toneladas de petróleo para a Índia no trimestre, 1 milhão a mais que a da Arábia Saudita, segundo o Ministério de Petróleo indiano. Isso marca uma mudança em relação ao ano passado, quando as exportações sauditas superavam as do Iraque em 900 mil toneladas, na média trimestral. A mudança reflete um impulso na produção iraquiana de novos projetos em operação. A produção iraquiana em junho era 200 mil barris ao dia superior à de igual período de 2015, chegando a 4,21 milhões de barris diários.

Na China, o petróleo saudita perde espaço para as exportações russas, que alimentam as refinarias independentes da China. Como o Iraque, a Rússia tem elevado a produção.

Além disso, a Arábia Saudita enfrenta crescente pressão do Irã, um rival político. Desde a retirada de sanções ocidentais em janeiro, a produção iraniana aumentou em cerca de 600 mil barris por dia, para 3,64 milhões de barris em junho. "Parte da fraqueza da Arábia Saudita é causada pelo petróleo enviado para a Ásia pelo Irã, disse Jamie Webster, pesquisador do Centro para Política de Energia Global da Universidade Columbia.

Uma fonte ligada ao governo de Riad disse que o corte no preço não foi totalmente motivado pela concorrência, mas também para estimular a demanda da China.

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