postado em 07/08/2016 11:59
Os tailandeses aprovaram neste domingo em referendo um controvertido projeto de Constituição que permitirá à junta militar continuar controlando o poder, inclusive depois da realização de eleições.O "sim" à nova Carta Magna, que, segundo seus detratores, reforçará o poder dos militares, recebeu uma aprovação de 62%, depois de apurados 90% dos votos.
"Este referendo significa que a democracia demorará um pouco mais a voltar", afirmou Nattawut Saikua, líder do movimento opositor dos Camisas Vermelhas.
Nattawut se absteve, no entanto, de convocar seus partidários às ruas contra os militares, no poder desde o golpe que, em 2014, derrubou a primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
"Trata-se do futuro da Tailândia (...). É a democracia. Votem", pediu o presidente da junta, o general Prayut Chan-O-Cha, ao depositar sua papeleta.
O texto votado prevê que o Senado seja designado, o que significaria que, inclusive em caso de eleições legislativas, prometidas para 2017, o Parlamento ficaria sob influência de uma câmara alta controlada pelos generais.
A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) denuncia uma "manipulação do processo de redação da Constituição" e uma "credibilidade zero" da votação.