Agência France-Presse
postado em 07/08/2016 18:26
As forças do governo sírio estavam neste domingo (7/8) na defensiva em Aleppo (norte), depois de terem sofrido uma dura derrota diante de uma coalizão de rebeldes islâmicos e extremistas nessa cidade-chave do conflito.Essa coalizão, o Exército da Conquista (Jaich al;Fateh), anunciou agora à noite o lançamento da batalha para retomar completamente a cidade de Aleppo.
"Anunciamos o início da nova fase para a libertação do conjunto de Aleppo e anunciamos que vamos dobrar o número de combatentes para que eles possam participar dessa batalha", declarou a coalizão, em um comunicado. "Vamos parar de lutar apenas quando erguemos a bandeira da conquista sobre a cidadela de Aleppo", completou a nota.
Durante todo o tempo, os aviões do governo sírio de Bashar al-Assad e da Rússia, seu principal aliado, bombardearam os bairros rebeldes dessa cidade, segundo um correspondente da AFP.Outras áreas rebeldes ao sul de Aleppo foram alvo de dezenas de ataques aéreos das forças sírias nas últimas horas, de acordo com uma fonte militar citada pela imprensa estatal.
No sábado (6), os rebeldes, apoiados pela Frente Fateh al-Sham (antiga Frente Al-Nosra, que renunciou a seu vínculo com a rede Al-Qaeda), deram uma reviravolta na situação de Aleppo, ao romper o cerco imposto desde 17 de julho a seus bairros do leste. Eles cercaram as zonas controladas pelo regime ao oeste da cidade.
O regime reconheceu implicitamente a ameaça aos bairros pró-governo, onde os moradores começam a armazenar alimentos. "Nossas forças reassumiram suas posições após absorverem o choque do ataque de milhares de mercenários e encontraram uma rota alternativa para o fornecimento de alimentos e de combustível", divulgou a emissora pública.
"O Exército sírio e seus aliados sofreram uma séria derrota", afirmou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
No sábado, a aliança de grupos rebeldes e extremistas havia anunciado que conquistou o bairro governamental de Ramussa, na periferia sul de Aleppo. Desde então, conseguiram abrir uma rota com os bairros rebeldes do leste, onde o regime havia cercado 250.000 habitantes.
Nervosismo no setor pró-governo
De acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais, os rebeldes evacuaram um pequeno grupo de civis, a maioria mulheres e crianças, de um lugar apresentado como Ramussa. Também divulgaram fotos de sete caminhões cheios de frutas e verduras, entrando em seus bairros de Aleppo.
A rota aberta pelos rebeldes continua sendo perigosa para os civis, destacou Abdel Rahman. Segundo ele, são os bairros pró-regime que estão cercados. "Não há caminho seguro para os civis que se encontram nesses bairros para entrar, ou para sair da cidade", apontou.
Moradores dessa área indicaram neste domingo à AFP que uma multidão se apressava para comprar comida e água antes de um eventual sítio. "O preço do pão quadruplicou, passando de 200 (0,36 euro) para 800 libras sírias (1,40 euro). Temos medo do que pode acontecer, se o caminho continuar fechado por muito tempo", disse à AFP Walaa Hariri, de 48 anos.
"As crianças foram para a escola, mas estavam muito nervosas. Em vez de aulas normais, o professor as ensinou como reagir em caso de bombardeios", acrescentou essa mãe de quatro crianças.
Segundo a agência de notícias oficial síria, Sana, dez civis morreram no sábado em bombardeios dos rebeldes contra dois distritos controlados por Damasco.
;Inaceitável;
Pelo menos 130 civis morreram desde que a aliança de grupos islâmicos e extremistas lançou uma contraofensiva no sul de Aleppo em 31 de julho passado, segundo o OSDH. O papa Francisco denunciou na Praça São Pedro, em Roma, o número "inaceitável" de vítimas civis em Aleppo.
"É inaceitável que tantas pessoas indefesas - e tantas crianças - paguem o preço deste conflito", condenou. Outro exemplo do nível de violência no local é a batalha para ambos os grupos. Em uma semana, mais de 700 combatentes morreram, acrescentou o OSDH.
Em outra frente, os combatentes árabes e curdos das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiados pelo Ocidente, conseguiram uma importante vitória diante do Estado Islâmico, ao reconquistar seu reduto de Manbij, a 60km ao nordeste de Aleppo.
A guerra na Síria começou em 2011, após a sangrenta repressão por parte de Damasco a manifestações pacíficas pró-reformas. Desde então, mais de 280.000 pessoas morreram, e milhares de sírios se viram obrigados a abandonar seu lares.
"Anunciamos o início da nova fase para a libertação do conjunto de Aleppo e anunciamos que vamos dobrar o número de combatentes para que eles possam participar dessa batalha", declarou a coalizão, em um comunicado. "Vamos parar de lutar apenas quando erguemos a bandeira da conquista sobre a cidadela de Aleppo", completou a nota.
Durante todo o tempo, os aviões do governo sírio de Bashar al-Assad e da Rússia, seu principal aliado, bombardearam os bairros rebeldes dessa cidade, segundo um correspondente da AFP.Outras áreas rebeldes ao sul de Aleppo foram alvo de dezenas de ataques aéreos das forças sírias nas últimas horas, de acordo com uma fonte militar citada pela imprensa estatal.
No sábado (6), os rebeldes, apoiados pela Frente Fateh al-Sham (antiga Frente Al-Nosra, que renunciou a seu vínculo com a rede Al-Qaeda), deram uma reviravolta na situação de Aleppo, ao romper o cerco imposto desde 17 de julho a seus bairros do leste. Eles cercaram as zonas controladas pelo regime ao oeste da cidade.
O regime reconheceu implicitamente a ameaça aos bairros pró-governo, onde os moradores começam a armazenar alimentos. "Nossas forças reassumiram suas posições após absorverem o choque do ataque de milhares de mercenários e encontraram uma rota alternativa para o fornecimento de alimentos e de combustível", divulgou a emissora pública.
"O Exército sírio e seus aliados sofreram uma séria derrota", afirmou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
No sábado, a aliança de grupos rebeldes e extremistas havia anunciado que conquistou o bairro governamental de Ramussa, na periferia sul de Aleppo. Desde então, conseguiram abrir uma rota com os bairros rebeldes do leste, onde o regime havia cercado 250.000 habitantes.
Nervosismo no setor pró-governo
De acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais, os rebeldes evacuaram um pequeno grupo de civis, a maioria mulheres e crianças, de um lugar apresentado como Ramussa. Também divulgaram fotos de sete caminhões cheios de frutas e verduras, entrando em seus bairros de Aleppo.
A rota aberta pelos rebeldes continua sendo perigosa para os civis, destacou Abdel Rahman. Segundo ele, são os bairros pró-regime que estão cercados. "Não há caminho seguro para os civis que se encontram nesses bairros para entrar, ou para sair da cidade", apontou.
Moradores dessa área indicaram neste domingo à AFP que uma multidão se apressava para comprar comida e água antes de um eventual sítio. "O preço do pão quadruplicou, passando de 200 (0,36 euro) para 800 libras sírias (1,40 euro). Temos medo do que pode acontecer, se o caminho continuar fechado por muito tempo", disse à AFP Walaa Hariri, de 48 anos.
"As crianças foram para a escola, mas estavam muito nervosas. Em vez de aulas normais, o professor as ensinou como reagir em caso de bombardeios", acrescentou essa mãe de quatro crianças.
Segundo a agência de notícias oficial síria, Sana, dez civis morreram no sábado em bombardeios dos rebeldes contra dois distritos controlados por Damasco.
;Inaceitável;
Pelo menos 130 civis morreram desde que a aliança de grupos islâmicos e extremistas lançou uma contraofensiva no sul de Aleppo em 31 de julho passado, segundo o OSDH. O papa Francisco denunciou na Praça São Pedro, em Roma, o número "inaceitável" de vítimas civis em Aleppo.
"É inaceitável que tantas pessoas indefesas - e tantas crianças - paguem o preço deste conflito", condenou. Outro exemplo do nível de violência no local é a batalha para ambos os grupos. Em uma semana, mais de 700 combatentes morreram, acrescentou o OSDH.
Em outra frente, os combatentes árabes e curdos das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiados pelo Ocidente, conseguiram uma importante vitória diante do Estado Islâmico, ao reconquistar seu reduto de Manbij, a 60km ao nordeste de Aleppo.
A guerra na Síria começou em 2011, após a sangrenta repressão por parte de Damasco a manifestações pacíficas pró-reformas. Desde então, mais de 280.000 pessoas morreram, e milhares de sírios se viram obrigados a abandonar seu lares.