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Mudanças climáticas contribuem para redução de peixes no lago Tanganica

Para chegar a estas conclusões, os cientistas estudaram os sedimentos no fundo deste enorme lago, que se encontra entre a Tanzânia, Burundi, República Democrática do Congo e Zâmbia

Agência France-Presse
postado em 09/08/2016 18:27
Miami, Estados Unidos - A pesca excessiva não é a única razão pela qual o número de peixes diminui cada vez mais no lago Tanganica, o mais antigo e profundo da África. Segundo um estudo americano, as mudanças climáticas contribuíram para essa redução.

[SAIBAMAIS]Para chegar a estas conclusões, os cientistas estudaram os sedimentos no fundo deste enorme lago, que se encontra entre a Tanzânia, Burundi, República Democrática do Congo e Zâmbia, e remontaram a 1.500 anos atrás para analisar as mudanças na biodiversidade.



O estudo, publicado na segunda-feira na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), mostra como a temperatura das águas do Tanganica vem aumentando desde 1800, o que levou à diminuição das algas que servem de alimento para os peixes e, em consequência, à redução da população de peixes.

Os habitantes de toda a região dependem em grande medida do lago, que fornece até 60% da proteína animal que consomem, a partir da pesca de cerca de 200.000 toneladas de peixes por ano.

"Alguns acreditam que o problema do lago é que há pesqueiros demais, mas nosso trabalho mostra que a diminuição de peixes começou no século XIX", diz o autor principal, Andrew Cohen, professor de geociências da Universidade do Arizona.

"Podemos ver um declínio no número de fósseis de peixes paralelo ao aumento da temperatura da água", acrescenta.

Cohen adverte também que a pesca excessiva continua sendo um problema, mas ressalta que o aquecimento do lago começou antes e reduziu o habitat ideal para os peixes e mariscos em 38% desde 1946.

O lago Tanganica é conhecido pela sua biodiversidade, com "centenas de espécies que só são encontradas neste lago e em nenhum outro lugar", afirma Cohen.

"Isto tem implicações importantes para a alimentação e para o ecossistema, que muda rapidamente", acrescenta.

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