Agência France-Presse
postado em 15/08/2016 10:52
Hong Kong, China - Três participantes da "Revolução dos Guardas-Chuva" de 2014 conseguiram se livrar da condenação de prisão, depois que um tribunal de Hong Kong desconsiderou a questão um tema criminal e reconheceu o caráter político de suas ações. Em julho, o mesmo tribunal declarou os três culpados, uma decisão que provocou críticas dos defensores dos direitos humanos, que denunciaram a politização da justiça em um momento em que surgem denúncias de que Pequim está restringindo as liberdades na antiga colônia britânica.[SAIBAMAIS]Em virtude dos acordos sino-britânicos para a devolução de Hong Kong à China, a antiga colônia goza de um estatuto especial até 2047, o que lhe garante liberdades desconhecidas na China continental, em função do princípio conhecido como "um país, dois sistemas". No entanto, entre vários setores da população reina o sentimento de que essas liberdades estão sendo corroídas de forma constante.
Em setembro de 2014, houve manifestações pró-democráticas que derivaram em incidentes com a polícia. Os manifestantes usaram guarda-chuvas para se proteger dos gases lacrimogêneos jogados pela polícia. Joshua Wong, 19 anos, Alex Chow, 25 anos, e Nathan Law, 23 anos, foram considerados culpados por participar nos protestos.
Desde então, Alex Wong e Nathan Law criaram um partido político chamado Demosisto, com o objetivo de participar nas próximas eleições legislativas e defender o direito à autodeterminação de Hong Kongel. Os três acusados celebraram a decisão da justiça, afirmando tratar-se de "uma mensagem que pede o respeito aos direitos de expressão". Já a ONG Human Rights Watch criticou que a justiça não tenha encerrado o caso de vez, já que considera que "há uma violação da liberdade de expressão e de reunião".