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Bombardeios contra hospital em região rebelde do Iêmen deixa 6 mortos

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse centro de atendimento, confirmou no Twitter "que o hospital Abs (na província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45 locais (09h45 de Brasília)"

Agência France-Presse
postado em 15/08/2016 17:51

Sana, Iêmen
- A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou nesta segunda-feira um hospital em uma província sob controle rebelde no norte do Iêmen, deixando seis mortos e 20 feridos, 48 horas após ataques aéreos que mataram 10 crianças iemenitas.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que possui uma equipe nesse centro de atendimento, confirmou no Twitter "que o hospital Abs (na província de Hajja) foi atingido por bombardeios aéreos hoje às 15h45 locais (09h45 de Brasília)".

"As equipes médicas continuam atendendo os feridos", acrescentou.

Seu porta-voz, Malak Shaher, confirmou o incidente e disse à AFP que a organização tem uma equipe própria neste hospital público desde 2015.

Citado pelo site da agência de notícias rebelde sabanews.net, Ayman Mazkour, encarregado do departamento de saúde da província de Hajja, afirmou que seis pessoas morreram e 20 ficaram feridas nos ataques.

Moradores de Abs confirmaram os bombardeios ao hospital, indicando que a coalizão visou nos últimos dias posições rebeldes na cidade.


Estes bombardeios acontecem menos de 48 horas depois que a MSF acusou a coalizão de matar 10 crianças ao bombardear uma escola corânica em Saada, outra província rebelde do norte iemenita.

A coalizão negou ter atacado a escola e disse que se tratava de um campo de treinamento de rebeldes, onde havia soldados menores de idade. Ainda assim, afirmou que investigará o incidente.

A coalizão árabe iniciou sua campanha contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã e seus aliados em 26 de março de 2015.

Investigação

A Anistia Internacional lamentou os ataques contra o hospital "que causaram vítimas entre os civis e pessoal médico". "Atacar intencionalmente instalações médicas é uma grave violação do direito humanitário e pode constituir um crime de guerra", disse a organização.

Abs está localizada nos limites da cidade de Harad, perto da fronteira com a Arábia Saudita. É a partir de Abs que os rebeldes iemenitas lançam com certa frequência ataques contra regiões sauditas perto da fronteira, causando vítimas.

Frequentemente bombardeada pela coalizão, Harad é também o palco de violentos combates entre as forças governamentais apoiadas pelas tropas da coalizão e os rebeldes xiitas huthis.

Fontes militares pró-governo disseram que veículos militares haviam transferido de Harad rebeldes feridos ao hospital de Abs, sugerindo que os ataques tinham como alvo este estabelecimento por este motivo.

A coalizão e a Arábia Saudita são regularmente acusadas de atacar, ainda que por erro, civis, inclusive crianças.

Nesta segunda-feira, a coalizão árabe anunciou que autorizou a retomada dos voos humanitários no aeroporto internacional da capital Sanaa, que havia sido fechado aos voos civis após a retomada dos ataques aéreos.

Originários do norte do Iêmen, os huthis se levantaram contra o poder do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi em 2014, tomando grandes porções de território, incluindo a capital Sanaa.

Em março de 2015, a vizinha sunita Arábia Saudita, que acusa os huthis de ligações com o Irã, assumiu a liderança de uma coalizão militar árabe para parar o avanço dos rebeldes por meio de bombardeios aéreos e combates no terreno.

Desde então, a guerra fez mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos, incluindo muitos civis.

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