Agência France-Presse
postado em 15/08/2016 19:57
Nova York, Estados Unidos - A polícia de Nova York informou nesta segunda-feira (15) que interrogou um suspeito pelas mortes de um imã e de seu assistente, assassinados no sábado, em plena rua, perto de sua mesquita no bairro do Queens.
"Uma pessoa detida por outro incidente (...) foi interrogada" sobre esse assunto, disse à AFP um porta-voz da Polícia.
Maulama Akonjee, de 55 anos, que imigrou de Bangladesh, e seu assistente Thara Uddin, de 64, foram mortos enquanto caminhavam pela rua por um homem que disparou contra eles e conseguiu fugir.
No domingo, a Polícia publicou um retrato-falado do suspeito e pediu ajuda dos cidadãos para identificar o suspeito, que usava camisa e uma bermuda azul.
Segundo a Polícia, nada indica que os dois tenham sido atacados por questão religiosa.
Os membros da comunidade muçulmana pediram à Polícia, nesta segunda-feira, que investigue o duplo homicídio como um crime de ódio e rejeitaram as hipóteses de que as mortes tenham resultado de uma disputa entre minorias pelo controle territorial.
De acordo com o jornal "The New York Daily News" nesta segunda, citando fontes policiais, o crime pode ter resultado de confrontos entre as comunidades hispânica e muçulmana.
O Conselho para as Relações Islâmico-Americanas ofereceu uma recompensa de US$ 10 mil para quem fornecer informações que levem à detenção e à condenação dos agressores.
"Queremos justiça, queremos justiça, queremos justiça", clamavam, durante uma caótica entrevista coletiva antes dos funerais dos dois religiosos.
Líderes da comunidade criticaram o discurso de ódio de alguns "políticos e candidatos que buscam chegar ao cargo mais alto na Terra", em uma clara referência ao candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nesta segunda-feira, Trump disse estar disposto a fazer um "exame exaustivo" dos imigrantes que estão no país, após propor proibir temporariamente a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
Um orador na cerimônia fúnebre dos dois homens assassinados exigiu a instalação de câmeras de segurança do lado de fora dos locais de culto da comunidade.
O prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, prometeu que a Polícia dará proteção extra a mesquitas e a outros locais da comunidade muçulmana.
"Vamos garantir que quem fez isso seja levado perante a Justiça. Posso garantir isso", disse De Blasio na entrevista coletiva.
"Sabemos que há vozes em todo este país que estão vomitando ódio, tentando criar divisão, tentando pôr um americano contra o outro", acrescentou.