Agência France-Presse
postado em 17/08/2016 18:26
Washington, Estados Unidos - Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira que restringirão a importação de objetos do patrimônio histórico, cultural e arqueológico da Síria para combater o saqueio e o contrabando internacional nesse país em guerra.
"Estas restrições de importações aspiram reduzir a tentação de roubar para proteger o patrimônio cultural da Síria", afirmou o Departamento de Estado americano ao anunciar, conjuntamente com os departamentos de Alfândega, Tesouro e Segurança Interior, a entrada em vigor de medidas de controle da entrada nos Estados Unidos de obras de arte procedentes da Síria.
Washington espera assim "lutar contra os terroristas e organizações criminosas que se beneficiam com a venda desses objetos antigos".
As novas regras de importação se aplicam a "todos os bens culturais roubados ilegalmente da Síria a partir do dia 15 de março de 2011", data do início do conflito. Isso inclui objetos em pedra, metal, cerâmica argila, louça, madeira, vidro, marfim, osso e concha, gesso, estuque e tecidos, pergaminho, papel, couro, pinturas, desenhos, mosaicos e escritos, detalhou a diplomacia americana em um comunicado.
Desde que aumentou seu poder em 2014, o grupo Estado Islâmico (EI) tem arrasado vários sítios mesopotâmicos no Iraque (Hatra e Nimrud) e na Síria, alguns declarados patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Na Síria, mais de 900 monumentos ou sítios arqueológicos foram afetados, danificados ou destruídos por forças do governo, pelos rebeldes ou extremistas, segundo a Associação para a Proteção da Arqueologia Síria.
O EI tomou a cidade antiga de Palmira, danificando seus dois templos mais belos. Também destruiu e roubou os sítios arqueológicos de Mari, Dura Europos, Apamea e outros.
Inúmeras antiguidades foram objetos de contrabando através da vizinha Turquia até a Europa.