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ONU oferece ajuda 'material' a vítimas do cólera no Haiti

As Nações Unidas "têm uma responsabilidade moral diante das vítimas da epidemia e devem ajudar o Haiti a superá-la e a construir sistemas sanitários e de Saúde sólidos", indicou Ban, citado por seu porta-voz em um comunicado

Agência France-Presse
postado em 19/08/2016 19:44

Nova York, Estados Unidos - A ONU dará uma "ajuda material" para as vítimas da epidemia de cólera no Haiti e para suas famílias - anunciou o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, nesta sexta-feira (19).

As Nações Unidas "têm uma responsabilidade moral diante das vítimas da epidemia e devem ajudar o Haiti a superá-la e a construir sistemas sanitários e de Saúde sólidos", indicou Ban, citado por seu porta-voz em um comunicado.

Ban disse que estuda "ativamente um conjunto de medidas que proporcionem ajuda material e um apoio aos haitianos mais diretamente afetados pelo cólera".

Essa ajuda deve se concentrar nas "vítimas do cólera e suas famílias", acrescentou.

É a primeira vez que a ONU evoca uma eventual ajuda financeira direta às vítimas da epidemia, além dos programas de combate ao cólera, ou de saneamento, que o organismo lançou junto com o governo do Haiti.

A ONU também quer redobrar os esforços para conter e erradicar a epidemia, melhorar os tratamentos e desenvolver infraestrutura sanitária no país mais pobre da América.


Esses esforços têm um "grave déficit de financiamento", estimou Ban, que pediu aos doadoes internacionais que "demonstrem sua solidariedade" para com o Haiti, aumentando suas contribuições.

Ao ser consultado sobre as ajudas previstas, o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, indicou que "estão sendo definidas no mais alto nível". Espera-se que sejam anunciadas nos próximos dois meses.

Na quinta-feira, Haq reconheceu "um envolvimento (da ONU) no surto inicial" da epidemia, causado por excrementos provenientes de uma base de boinas azuis do Nepal no Haiti. Ele reafirmou que a posição jurídica da ONU continua a mesma.

Múltiplas demandas de indenização apresentadas desde 2011 pelas famílias das vítimas em Nova York foram rejeitadas pela Justiça americana, devido à imunidade conferida às missões da ONU.

Entre janeiro e junho passados, "mais de 21.000 casos (de contágio) e 200 mortos foram registrados", de acordo com um relatório de 4 de agosto do epidemiologista francês Renaud Piarroux.

Pelo menos 72% dos haitianos não têm banheiro em suas casas e, segundo a ONU, 42% da população não tem acesso diário à água potável.

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