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Um dos assassinos de padre francês é sepultado

O enterro de autores de ataques terroristas é uma questão sensível, com muitas localidades se recusando a assumir esta responsabilidade

Agência Estado
postado em 20/08/2016 09:28
Um dos dois assassinos do padre degolado no final de julho na Normandia foi enterrado na sexta-feira nos subúrbios de Paris, onde sua família possui um túmulo, informaram neste sábado as autoridades locais.

[SAIBAMAIS]Adel Kermiche, de 19 anos, foi enterrado discretamente na área muçulmana do cemitério intercomunal Puiseux-Pontoise por volta das 21h00 (16h00 de Brasília).

"Nós apenas aplicamos rigorosamente a lei, em parte porque há um jazigo da família no cemitério, e em segundo lugar, porque, de acordo com o código geral das autarquias locais, existe o direito a um sepultamento quaisquer que sejam as circunstâncias que rodearam a morte do falecido", declarou uma fonte de Cergy-Pontoise.

O enterro de autores de ataques terroristas é uma questão sensível, com muitas localidades se recusando a assumir esta responsabilidade, temendo que o túmulo se torne um local de peregrinação.

No caso de Adel Kermiche, a comunidade muçulmana nos subúrbios de Rouen (oeste) onde vivia havia se negado categoricamente a enterrá-loo para não "sujar o Islã". Um líder muçulmano dinamarquês tinha então proposto que ele fosse enterrado na Dinamarca, antes que a proposta fosse rejeitada pelos membros de sua organização.

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O enterro de Abdel Malik Petitjean, o segundo autor do ataque contra a igreja de Saint-Etienne-de-Rouvray, ainda não aconteceu, com os prefeitos das duas cidades onde ele nasceu e viveu se recusando a permitir seu sepultamento.

Kermiche, de 19 anos, que sofria de problemas comportamentais e era obcecado pela Síria, foi descrito como "uma bomba relógio" por várias testemunhas.

Nunca condenado, ele foi indiciado e colocado sob controle judicial em março de 2015 por tentar se juntar às fileiras extremistas. Após uma segunda tentativa, em maio de 2015, ele foi preso, período durante o qual teria se radicalizado ainda mais, antes de ser libertado em março de 2016.

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