Agência France-Presse
postado em 21/08/2016 15:18
A promessa de Donald Trump de deportar 11 milhões de imigrantes sem documentos se fosse eleito parece ter sofrido uma transformação neste domingo, quando o candidato republicano à presidência estendeu a mão para uma minoria cada vez mais distante dos republicanos por sua retórica xenofóbica.O magnata imobiliário de Nova York pretende definir nas próximas semanas os detalhes de seu plano de imigração, disse sua nova chefe de campanha, Kellyanne Conway.
Perguntado pela emissora CNN se o plano incluiria uma "força de deportação", que Trump havia solicitado, Conway disse que "está para ser decidido". Trump se reuniu no sábado com seguidores hispânicos em sua sede na Torre Trump, ocasião em que vários participantes disseram à emissora espanhola Univision que seu plano incluirá uma via para legalizar milhões de imigrantes ilegais.
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Trump reconheceu que "existe um grande problema com as 11 milhões de pessoas que estão aqui, e deportá-los não é possível, nem humano", disse Jacob Monty, um advogado do Texas especializado em assuntos migratórios que participou da reunião, citado pela Univision.
O candidato bilionário, que caiu nas pesquisas após a convenção republicana no mês passado, declarou ao grupo de hispânicos conservadores que seu plano garantirá um estatuto legal aos imigrantes sem documentos, "que não serão cidadãos, mas estarão autorizados a estar aqui sem medo de serem deportados", acrescentou Monty.
Se isso for verdade, constituiria uma grande retificação de um candidato que começou sua campanha para a presidência com a promessa de construir um muro gigante na fronteira com México, enquanto acusava os imigrantes ilegais mexicanos de serem delinquentes e estupradores.
"O que Donald Trump disse ontem nessa reunião difere muito pouco do que disse publicamente, inclusive durante seu discurso na convenção do mês passado em Cleveland", declarou Conway a CNN.
E "é o que precisamos, digo, um modo justo de humano de abordar o que estima-se ser 11 milhões de imigrantes ilegais neste país", afirmou Conway, que também participou da reunião.
"Ontem ele não disse nada que diferisse do que Trump falou previamente", acrescentou.