Agência France-Presse
postado em 24/08/2016 15:51
Berlim, Alemanha - O ex-presidente da então Alemanha Ocidental, Walter Scheel, que também dirigiu a diplomacia de seu país e iniciou um diálogo com o bloco Oriental no início dos anos 1970, morreu aos 97 anos - anunciou o Partido Liberal (FDP) nesta quarta-feira (24/8).[SAIBAMAIS]Com sua política europeia e com a abertura para o Leste, em plena Guerra Fria, trabalhou "para a compreensão e para a reconciliação do nosso continente", ressaltou o atual chefe de Estado alemão, Joachim Gauck.
Em 1961, foi nomeado ministro da Cooperação Econômica do chanceler Konrad Adenauer, quando os liberais eram aliados dos conservadores. Em 1969, porém, uniu seu partido aos social-democratas para se tornar ministro das Relações Exteriores de Willy Brandt.
Ele se tornou o primeiro liberal chefe da diplomacia alemã, tendo aceitado a "política de distensão (relaxamento)" de Willy Brandt, e começado a aproximação com a RDA, enquanto favorecia a "integração europeia" da RFA, segundo Gauck.
"Walter Scheel implementou a política externa do nosso país em tempos difíceis", disse o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, que saudou "uma das grandes figuras políticas das primeiras décadas da jovem República Federal da Alemanha".
Negociou com "a União Soviética, a Polônia" e com outros países do Leste e fez "avanços históricos da política de distensão", que levaram à "reunificação alemã e à superação da divisão da Europa", disse Steinmeier.
Walter Scheel foi ministro das Relações Exteriores durante nove dias após a renúncia de Willy Brandt em 1974 e, depois, foi eleito presidente com o voto liberal e social-democrata, assumindo uma posição simbólica até 1979.
Aposentado há 37 anos, era pai de três filhos e vivia no sudoeste do país com sua terceira esposa, Barbara.