Agência France-Presse
postado em 27/08/2016 14:06
O Papa Francisco pediu, neste sábado (27/8), à Igreja de todo o continente americano a "se renovar", evitar divisões e condenações e estar com os "indefesos da amada terra americana", declarou.Em mensagem de vídeo por ocasião do Jubileu do continente americano que é realizado em Bogotá (Colômbia), promovido pelo Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), o Papa argentino convidou os bispos e religiosos de toda a região a atuar com um "tratamento renovado" diante das mudanças da sociedade.
"Todos nos damos conta, sabemos que vivemos em uma sociedade ferida, isto ninguém duvida. Vivemos em uma sociedade que sangra, e o custo de suas feridas normalmente é pago pelos mais indefesos", reconheceu.
Leia mais notícias em Mundo
"Mas é precisamente a esta sociedade, a esta cultura aonde o Senhor nos envia e nos impulsiona a levar o bálsamo de sua presença. Nos envia com um só programa: tratar-nos com misericórdia. Nos fazermos próximos destes milhares de indefesos que caminham em nossa amada terra americana proporcionando um tratamento diferente", declarou.
Francisco, que conhece os problemas da América Latina, que defende uma igreja pobre para os pobres, pediu aos bispos e religiosos de todo o continente, desde os Estados Unidos e Canadá até a Argentina, que mudem de atitude diante do que, frequentemente, chama de "cultura do descarte".
"Uma cultura que vai deixando pelo caminho rastros de anciãos, de crianças, de minorias étnicas que são vistas como ameaças", explicou.
"Uma cultura que, pouco a pouco, promove a comodidade de alguns poucos em aumento do sofrimento de muitos. Uma cultura que não sabe acompanhar os jovens em seus sonhos, narcotizando-os com promessas de felicidades etéreas e esconde a memória viva dos mais velhos", prosseguiu.
"Uma cultura que desperdiçou a sabedoria dos povos indígenas e que não soube cuidar da riqueza de suas terras", reiterou.
O chefe da Igreja Católica se alegrou de que puderam participar do encontro "todos os países da América. Frente a tantas tentativas de fragmentação, de divisão e de enfrentar nossos povos, estas instâncias nos ajudam a abrir horizontes e a darmos as mãos", reconheceu, segundo o texto divulgado pelo Vaticano.
Francisco, que proclamou o ano de 2916 como o ano da misericórdia, de ajuda e abertura para aos demais, fomenta uma igreja mais simples e humilde, longe do poder e próxima dos pobres.