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Japão alerta Reino Unido sobre consequências de saída da União Europeia

Segundo o alerta, importantes companhias podem deixar o Reino Unido.

Agência Estado
postado em 04/09/2016 14:02
O Ministério das Relações Exteriores do Japão publicou um documento de 15 páginas, com o título "Mensagem do Japão para o Reino Unido e União Europeia", no qual detalha os requisitos da negociação após Brexit e as consequências se as exigências não forem atendidas.

O documento foi entregue antes do início da cúpula do G-20, que acontece entre hoje (4) e amanhã (5), em Hangzhou, na China. Atualmente, metade dos investimentos japoneses na União Europeia são destinados para o Reino Unido por meio de empresas como a Nissan, Honda, Mitsubishi, Nomura e Daiwa.

Segundo o alerta, importantes companhias podem deixar o Reino Unido. "Empresas japonesas com sede europeia no Reino Unido podem decidir por transferir sua sede para a Europa Continental, se as leis da União Europeia deixarem de ser aplicadas após a saída do Reino Unido do bloco", informa o relatório.

O documento informa que algumas montadoras, por exemplo, receiam ser atingidas por um duplo golpe de tarifas comerciais. Segundo o texto, as empresas temem ser tarifadas pela importação de peças da União Europeia e depois, novamente, por produtos montados no Reino Unido e exportados.

Outro receio está na exportação a partir do Reino Unido para outros países, já que a União Europeia tem acordos comerciais vantajosos.

G-20
Em discurso durante o início da cúpula do G-20, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, reiterou que não haverá segundo referendo e que o Reino Unido deixará a União Europeia. "Brexit significa Brexit", disse, durante coletiva de imprensa.

A primeira-ministra discursou junto com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e ambos enfatizaram que as relações comerciais continuam, apesar da decisão de saída do bloco.

Obama, no entanto, manteve sua postura de que a decisão pode atrasar novas negociações comerciais diretas entre os dois países. Obama disse que "não faria sentido" que esforços comerciais com a União Europeia ou Ásia sejam colocados de lado para negociações com o Reino Unido.

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