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Eleições em Hong Kong têm 60% de participação, um recorde

m recorde de 2,2 milhões de pessoas votaram

Agência France-Presse
postado em 04/09/2016 21:57
Hong Kong - As eleições ao Parlamento de Hong Kong registraram uma participação recorde de quase 60%, e as seções estiveram abertas até segunda-feira, devido à intensa afluência às urnas no primeiro pleito desde o surgimento do "Movimento dos guarda-chuvas", a favor de uma ruptura com a China.

Um recorde de 2,2 milhões de pessoas votaram, em um momento em que cresce nessa cidade semiautônoma a sensação de que Pequim está endurecendo o controle em temas políticos, culturais e até na Educação.



Segundo diferentes pesquisas, alguns dos candidatos que defendem uma ruptura com Pequim poderão chegar ao Conselho Legislativo, o LegCo (Parlamento local).

Em alguns postos, as filas se estenderam até quatro horas depois do horário previsto para o encerramento da votação.

A participação foi de quase 60% do universo eleitoral composto por 3,7 milhões de inscritos. Em 2012, as eleições para o LegCo levaram pelo menos 53% às urnas.

"Houve um recorde de pessoas que emitiram seu voto este ano", disse à imprensa o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais, Barnabus Fung.

Um dos líderes mais conhecidos do movimento "Revolução dos guarda-chuvas", que saiu às ruas em 2014 e conseguiu bloquear durante dois meses bairros inteiros da antiga colônia, Nathan Law tem chances de ser eleito com o Partido Demosisto.

O partido defendeu que se realize um referendo sobre o pertencimento à China.

Das 70 vagas no Legco, apenas 35 são eleitos por sufrágio direto e representam circunscrições. Outros 30 provêm de grupos profissionais favoráveis a Pequim, e os cinco restantes - as chamadas "super cadeiras" - são eleitos por voto popular, mas sem estarem circunscritos a um território.

A oposição moderada pró-democracia conta com 27 vagas, com as quais pode exercer uma minoria de obstrução. Se perder quatro vagas, também perde esse direito.

Em curto prazo, essa perda de espaço político reforçaria Pequim, atenuando o poder da oposição moderada. No longo prazo, porém, também pode legitimar o discurso dos separatistas.

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