Agência Estado
postado em 06/09/2016 09:21
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, lamentou nesta terça-feira (6/9) ter xingado o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um raro recuo de um político famoso por suas declarações duras contra autoridades mundiais, entre elas o papa Francisco e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas.Em comunicado lido por seu porta-voz, Duterte disse que, embora seus "comentários fortes" em resposta a questões de um repórter tenham gerado "preocupação", ele também "lamentou" o que foi visto como "um ataque pessoal ao presidente dos EUA".
[SAIBAMAIS]Duterte fez os comentários sobre Obama antes de viajar ao Laos, onde participa de um encontro regional. Ele iria ter uma reunião em separado com Obama no Laos, mas a Casa Branca anunciou o cancelamento do encontro. O comunicado de Duterte disse que os dois lados "concordaram mutuamente em adiar" a reunião.
Os EUA são um dos principais parceiros comerciais das Filipinas e cruciais para a segurança do país em sua luta contra o terrorismo no sul. Manila também precisa da ajuda de Washington para lidar com uma China cada vez mais assertiva no Mar do Sul da China. Além disso, os norte-americanos ainda enviam centenas de milhões de dólares em assistência financeira anual para as Forças Armadas das Filipinas.
A divergência começou quando um repórter questionou Duterte como ele pretendia explicar os assassinatos "extrajudiciais" de narcotraficantes para Obama. Mais de 2 mil supostos traficantes e usuários foram mortos desde que Duterte lançou uma cruzada contra as drogas após assumir, em 30 de junho. Duterte respondeu que era presidente de um Estado soberano e que não devia satisfações ao outro líder, quando xingou Obama.