Epicentro da maior questão humanitária da atualidade, a cidade de Aleppo - a maior da Síria - não é motivo de preocupação na campanha de Gary Johnson à Casa Branca. Em entrevista ao canal MSNBC, ao ser questionado sobre o que faria a respeito de Aleppo se fosse eleito, o candidado respondeu: "E o que é Aleppo?"
O jornalista Mike Barnichle, incrédulo, retrucou: "Você está brincando". Ao ouvir um "não", explicou a Johnson que a cidade era o centro da crise de refugiados da Síria, e permitiu que ele continuasse sua resposta. "Ok, entendi. A respeito da Síria, eu realmente acredito que isso é uma bagunça", disse, avaliando que os Estados Unidos precisam se unir à Rússia para melhorar a situação do local.
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[SAIBAMAIS]Aleppo é a segunda maior cidade da Síria, atrás apenas da capital, Damasco. Eram 2,3 milhões de habitantes, segundo o recenseamento de 2005, época em que o local era o centro econômico do país. Segundo o Syria Deeply, cerca de 1 milhão de pessoas deixaram o local desde então, quase todos refugiados em busca de paz, principalmente na Europa.
Desde 2012, início da guerra civil que confronta adeptos de Bashar al-Assad e facções rebeldes, mais de 26 mil mortes foram registradas em confrontos militares na cidade. No país inteiro, são 250 mil mortos e 11 milhões de desalojados.
Nos últimos quatro anos, a cidade está dividida. A leste, ficam os bairros sob controle do Exército Sírio. A oeste, as áreas nas mãos da oposição.
Veio de Aleppo uma das imagens mais impactantes do ano, a do garoto Omran Daqneesh, 5 anos, levado para a ambulância coberto de pó e sangue após um bombardeio russo na região. O irmão dele morreria na semana seguinte.
Quem é Gary Johnson
Ex-governador do Novo México, Gary Johnson lançou candidatura independente à presidência dos Estados Unidos e tenta se posicionar como alternativa conservadora a Donald Trump, candidato do Partido Republicano.
Pesquisa publicada nesta terça-feira (6/9) pelo Washington Post apontou que Johson tem 13% de apoio do eleitorado. Líder do Partido Libertário, o político deixou o Partido Republicano em 2011.