Agência France-Presse
postado em 12/09/2016 09:27
Bruxelas, Bélgica - A União Europeia (UE) investiga a contratação polêmica do português José Manuel Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, pelo banco Goldman Sachs, anunciou seu sucessor Jean-Claude Juncker, em uma carta enviada à defensora pública europeia, que pediu esclarecimentos."Solicitei que a Secretaria-Geral (da Comissão) envie uma carta (a Barroso) pedindo esclarecimentos sobre suas novas responsabilidades e as condições de seu contrato", escreveu Juncker, que que solicitará posteriormente a opinião de um comitê de ética. A defensora pública europeia, Emily O;Reilly, elogiou a resposta do presidente do Executivo europeu e pediu ao comitê de ética que se pronuncie "o mais rápido possível".
O banco americano de investimentos Goldman Sachs anunciou em julho a contratação do ex-presidente da Comissão (2004-2014) como presidente não executivo e [SAIBAMAIS]conselheiro, uma nomeação que provocou polêmica na Europa. O presidente francês, François Hollande, considerou a situação "moralmente inaceitável".
O código de conduta da UE prevê que os comissários devem pedir uma autorização à Comissão para trabalhar em uma empresa privada durante os 18 meses posteriores ao fim de suas funções. Apesar da contratação de Barroso ter acontecido após este prazo, O;Reilly declarou recentemente que "não é suficiente dizer que nenhuma regra foi violada" e pediu a Juncker uma posição sobre se a contratação aconteceu de acordo com as obrigações éticas".
"A análise da Comissão sobre o completo respeito dos princípios de discrição e integridade não tem limite de tempo e acontece em todos os casos", destaca o texto Juncker. De acordo com a carta, a partir de agora Barroso não será recebido como um ex-presidente, e sim como um lobista.