Agência France-Presse
postado em 16/09/2016 09:13
Roma, Itália - O ex-presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi, uma autoridade moral em seu país, faleceu nesta sexta-feira aos 95 anos, anunciou o chefe de governo, Matteo Renzi. "Uma recordação agradecida ao homem das instituições que serviu à Itália com paixão", escreveu Renzi no Twitter, onde o ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, prestou homenagem a "um exemplo de coerência, competência e dignidade. Um grande estadista italiano".Principal artífice da entrada da Itália no euro e respeitado de forma unânime em seu país, Ciampi entrou na política muito tarde, aos 72 anos, ao tomar as rédeas de um governo de transição em abril de 1993.
Em uma Itália em plena tempestade com a operação anticorrupção "Mani Pulite" (Mãos Limpas), este servidor do Estado que não pertencia a nenhuma família política e que havia sido durante 14 anos governador do Banco Central lançou as reformas institucionais apoiadas pelo país e defendeu a lira.
Com a chegada de Silvio Berlusconi à frente do governo, em maio de 1994, voltou a se converter em simples cidadão e não reapareceu na política até maio de 1996, à frente de um superministério de Economia de efêmeros governos de centro-esquerda, antes de ser eleito triunfalmente como presidente da República em 1999.
Afável e reservado, Ciampi atuou em muitas ocasiões durante os sete anos em que ocupou a presidência, convocando constantemente a ordem a Berlusconi, que acabava de voltar ao poder, em particular em matéria de imprensa, justiça, imigração e assuntos europeus.
Segundo a imprensa italiana, o ex-presidente morreu em uma clínica de Roma onde estava internado há semanas. Seu funeral será realizado na capital.