Agência France-Presse
postado em 16/09/2016 09:23
Manila, Filipinas - As convocações para que o presidente filipino, Rodrigo Duterte, seja investigado se multiplicavam nesta sexta-feira (16/9) após acusações explosivas segundo as quais teria matado pessoalmente um funcionário e ordenado o assassinato de mil pessoas quando era prefeito.Um homem que se apresenta como "assassino arrependido" relatou na quinta-feira ante uma comissão do Senado que Duterte havia matado com suas próprias mãos um investigador do ministério da Justiça. O "arrependido", Edgar Matobato, também explicou que formava parte de um esquadrão da morte que havia assassinado mil pessoas, criminosos e opositores em Davao, por ordem de Duterte, de 71 anos, que na época era prefeito desta cidade.
"São acusações graves, que levamos a sério e examinamos", declarou Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos. A organização Human Rights Watch (HRW) pediu a abertura de uma investigação na ONU.
"Não se pode esperar que o presidente Duterte investigue sobre si mesmo. É crucial que as Nações Unidas se encarreguem" de fazer isso, declarou Brad Adams, diretor para a Ásia da HRW. A comissão do Senado filipina investiga os assassinatos de mais de 3.000 pessoas, vítimas da brutal campanha anticrime lançada por Rodrigo Duterte desde sua chegada ao poder, no fim de junho.
O presidente filipino ainda não se pronunciou sobre as acusações do "arrependido". O ministro da Justiça, Vitaliano Aguirre, classificou seu testemunho de "mentiras" e "invenções". Há tempos Rodrigo Duterte é acusado pelas organizações de defesa dos direitos humanos de ter desempenhado um papel no assassinato de mais de mil pequenos criminosos em Davao, cidade que dirigiu por cerca de duas décadas.