Agência Estado
postado em 16/09/2016 18:07
Vinte e sete líderes da União Europeia (UE) tentaram esboçar uma agenda, nesta sexta-feira, com o objetivo de colocar o bloco no caminho da recuperação após o plebiscito no Reino Unido, em que os britânicos decidiram pelo "Brexit". Houve, no entanto, sinais imediatos de grandes divisões no continente, particularmente sobre imigração.[SAIBAMAIS]No final da reunião na capital da Eslováquia, Bratislava, os líderes prometeram colaborar ainda mais na proteção das fronteiras do bloco, no combate ao terrorismo e nos esforços para impulsionar a economia da região. Eles disseram que essa era a única maneira de contrariar o que eles chamaram de "soluções simplistas" de movimentos populistas e nacionalistas.
Na primeira reunião dos líderes sem a participação do Reino Unido, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que o bloco precisa se preparar para a era pós-Brexit. "Nossos eleitores estão esperando que entreguemos resultados na redução da imigração, na melhora dos padrões de moradias e na modernização da infraestrutura de telecomunicação do bloco", disse Merkel. "Mas se não fizermos isso, não teremos nenhuma chance, então hoje foi um passo para a direção correta, mas apenas um".
No entanto, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, que enfrenta forte pressão política em seu país, disse que não se juntaria aos líderes da França e da Alemanha em uma coletiva de imprensa porque não estava "satisfeito com as conclusões sobre o crescimento da migração".
Renzi reclamou que os outros países não dividiram o fardo da crise imigratória de forma homogênea e disse que para descrever as conclusões como um progresso seria preciso um ato de "imaginação". "As mesmas coisas foram ditas novamente", disse.
O chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que os líderes concordaram em "jamais permitir o retorno de fluxos descontrolados de refugiados do ano passado, e em garantir pleno controle de nossa fronteira externa".
Embora a reunião tenha sido originalmente convocada para ajudar os líderes europeus a se prepararem para as negociações sobre os termos da saída do Reino Unido, a primeira-ministra britânica, Theresa May, ainda não iniciou essas conversas. Apesar de alguma pressão por parte de países como França e Bélgica, May sinalizou que não vai negociar neste ano.
"As negociações precisam levar a um resultado em que fique claro que vale a pena ser um membro da UE, que existem mais vantagens que desvantagens", disse o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. "Para ser franco, diferentemente do Reino Unido, nós sabemos o que queremos", completou.
Nas discussÕes, os líderes mapearam diversas areais importantes para se focarem e definiram um calendário de seis meses para começarem a realizar mudanças. Novas reuniões acontecerão em Malta, no começo do próximo ano e na Itália, em março.