A Venezuela ainda tem que cumprir diversos "pré-requisitos básicos" para fazer parte do Mercosul, mas o bloco de integração não tem a "intenção" de impulsionar sua saída, garantiu nesta sexta-feira, em Washington, a chanceler argentina, Susana Malcorra.
Caracas deve cumprir esses requisitos e caso não faça "devemos nos reunir e decidir quais serão nossos próximos passos". "Mas não há intenção de que a Venezuela seja excluída porque temos a esperança de que (o país) cumprirá seus compromissos".
Na quarta-feira, os quatro países fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) anunciaram no Rio de Janeiro que assumirão de maneira colegiada a presidência rotativa do bloco, que corresponderia neste semestre, pelo critério alfabético, à Venezuela.
Os quatro países pressionaram a Venezuela a cumprir suas obrigações no máximo até 1 de dezembro, sob o risco de suspensão.
Durante uma conferência em um centro de estudos de Washington - o Conselho para as Relações Exteriores - Malcorra disse que os países fundadores do Mercosul fizeram "uma estrita revisão do cumprimento" dos acordos por parte da Venezuela.
De acordo com a chanceler argentina, há "pré-requisitos básicos" que Venezuela ainda não alcançou, e por isso os países do Mercosul concordam "em dar à Venezuela um tempo adicional".
Em geral, disse, trata-se da assinatura de "tratados que devem ser enviados ao poder legislativo e devem ser aprovados".
"Temos a esperança de que a Venezuela cumprirá seus compromissos para ser parte do Mercosul", disse.
Consultada sobre o impacto da situação política na Venezuela sobre as relações com o Mercosul, Malcorra preferiu a cautela, mas deixou claro que o bloco de integração não é o âmbito adequado para tratar do tema.
"É preciso separar a situação política da Venezuela e o Mercosul. O Mercosul é um mercado comum. Temos outras organizações para tratar dos assuntos políticos", comentou.