Agência France-Presse
postado em 18/09/2016 14:24
O cessar-fogo na Síria estava à beira de um colapso neste domingo, com os dois lados do conflito trocando acusações de violar o acordo. O quadro de tensões piorou após a coalizão liderada pelos Estados Unidos que ataca o Estado Islâmico disparar acidentalmente contra as forças do governo no sábado.O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se reúne neste domingo, após Moscou convocar uma reunião de emergência para discutir o ataque de sábado contra posições militares sírias na província de Deir Ezzour, no leste sírio. A coalizão liderada pelos EUA disse que uma aeronave sua atacou acidentalmente militares sírios. Damasco afirma que pelo menos 62 soldados sírios morreram e mais de 100 se feriram.
O Ministério das Relações Exteriores russo disse em comunicado que Moscou estava "profundamente preocupada" com o ataque aéreo e advertiu que o incidente ameaça a implementação do plano de cessar-fogo entre EUA e Rússia. A nota de Moscou repetiu a alegação de que os grupos de oposição apoiados pelos EUA não respeitam o cessar-fogo.
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[SAIBAMAIS]O governo sírio criticou os norte-americanos após o ataque. Segundo o regime sírio, os EUA permitiram que o Estado Islâmico avançasse em Deir Ezzour, onde os dois lados mantêm duros confrontos há meses, enquanto o regime tenta retirar os extremistas de sua base na província.
No domingo, o Estado Islâmico disse que derrubou um avião de guerra sírio dos céus de Deir Ezzour. A imprensa estatal da Síria confirmou que um piloto morreu no ataque.
Enquanto isso, caminhões com ajuda humanitária destinada à cidade de Alepo continuavam presos na fronteira turca no domingo A ONU diz que espera garantias dos rebeldes e das forças oficiais para cruzar a área em segurança. A entrega de ajuda às áreas mantidas pelos rebeldes de Alepo, onde vivem cerca de 300 mil pessoas, é parte crucial do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na segunda-feira e deve expirar nesta semana. Ativistas e civis dizem que a comida escasseia em Alepo por causa do cerco imposto pelo governo nas partes dominadas pela oposição da cidade.