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Rússia sobe o tom contra o ataque por engano dos EUA

A Rússia convocou no sábado uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU e, ontem, pediu a Washington uma investigação completa sobre o ataque

postado em 19/09/2016 06:00
Um dia depois de um bombardeio da coalizão internacional atingir e matar soldados sírios ; ao menos 62 perderam a vida ;, a Rússia aumentou o tom de acusações de um boicote dos Estados Unidos ao cessar-fogo estipulado na Síria há uma semana. O aumento da tensão entre os dois impulsionadores da trégua intensificou o clima de insegurança em cidades sírias, onde tiros e ataques aéreos voltaram a ser registrados com mais frequência ontem.

A Rússia convocou no sábado uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU e, ontem, pediu a Washington uma investigação completa sobre o ataque a uma das posições do Exército sírio nos arredores do aeroporto de Deir Ezzor, no leste do país. ;Moscou está profundamente inquieto pelo que aconteceu. Pedimos aos nossos sócios americanos que realizem a mais completa investigação e que tomem as medidas para evitar tais incidentes no futuro;, declarou o Ministério das Relações Exteriores russo, em um comunicado. O órgão classificou como ;desconstrutiva e inarticulada; a posição do líder da coalizão internacional.

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[SAIBAMAIS]No dia do polêmico ataque aéreo, os EUA admitiram que tinham cometido um engano. As forças, segundo comunicado do Centro de Comando norte-americano, acreditavam estar atingindo integrantes do Estado Islâmico (EI) e suspenderam ;imediatamente; a ação quando foram informadas por oficiais russos de que ;o pessoal e os veículos atingidos faziam parte das forças sírias.; A Rússia fala em 62 mortos. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) estima mais de 90.

Para o Ministério das Relações Exteriores russo, os ataque ;estão na fronteira entre a negligência criminal e a conivência com os terroristas do Estado Islâmico;. Moscou tem repetidamente pedido que os Estados Unidos pressionem unidades moderadas de oposição na Síria a se separarem do Estado Islâmico e de outros extremistas, que não aderiram à trégua, com fim previsto pelo Exército sírio para a noite de hoje.

Resultado "zero"
Com o mesmo tom acusatório, o embaixador da Síria nas Nações Unidas, Bashar Jaafari, classificou de agressão o bombardeio de sábado. ;O objetivo dessa agressão americana é levar ao fracasso a trégua acordada entre Rússia e Estados Unidos;, declarou Jaafari, que lidera a delegação síria na 17; Cúpula de Países Não-Alinhados (NOAL), que terminou ontem na Venezuelana.

Segundo o embaixador, a reunião de emergência do conselho de segurança teve resultado ;zero; porque EUA, França e Reino Unido consideraram que ;não merecem tomar medidas; a respeito do bombardeio. O diplomata acrescentou que o governo sírio ;vai pressionar todos os membros do Conselho de Segurança para voltar a tratar essa agressão o quanto antes;. ;A questão não vai parar aqui, nossos amigos no Conselho de Segurança, China e Rússia, não vão deixá-la neste ponto.;

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