Nova York, Estados Unidos - As autoridades de Nova York procuram um homem de 28 anos vinculado à explosão em Manhattan que deixou 29 feridos, ao mesmo tempo que prossegue a investigação de três ataques em território americano em 24 horas.
O porta-voz da polícia, Peter Donald, divulgou no Twitter a foto de Ahmad Khan Rahami e informou que ele é procurado para ser interrogado a respeito da explosão de sábado à noite no bairro Chelsea. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse ao canal CNN que Rahami, um cidadão naturalizado americano que mora em Nova Jersey, "pode estar armado e ser perigoso". "Sabemos muito mais do que sabíamos há apenas 24 horas. Certamente cada vez nos inclinamos mais na direção de que se tratou de um ataque terrorista específico", disse ao canal ABC.
Ao mesmo tempo, a polícia encontrou dispositivos explosivos em Nova Jersey, incluindo um que foi detonado, informou nesta segunda-feira o FBI, que também investiga um ataque com faca em Minnesota. Os três ataques em um período de 24 horas nos Estados Unidos provocam temores em termos de segurança no momento em que acontece uma dura batalha eleitoral entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump.
- Ato terrorista? -
Até o momento, as autoridades afirmaram não possuir elementos para vincular os ataques de Nova York, Nova Jersey e Minnesota, mas existe a suspeita de que foram atos de "terrorismo", doméstico ou jihadista.
A declaração do prefeito Bill de Blasio sobre a hipótese de um ataque terrorista específico foi feita no momento em que Nova York começa a receber chefes de Estado e de Governo de todo mundo para a Assembleia Geral da ONU.
O governador democrata do estado, Andrew Cuomo, afirmou no domingo, enquanto percorria as ruas do bairro de Chelsea, que "uma explosão em Nova York obviamente é um ato de terrorismo, mas não está vinculado ao terrorismo internacional". "Em outras palavras, não encontramos um vínculo com o ISIS", completou Cuomo em referência ao grupo Estado Islâmico (EI).
- Nova York -
De acordo com a imprensa, cinco pessoas foram detidas no domingo por possíveis vínculos com a bomba que explodiu no sábado em Nova York. A polícia encontrou uma segunda bomba a quatro quadras do local do incidente e a desativou sem problemas, para depois enviar o artefato à sede do FBI na Virginia para exames forenses.
O departamento nova-iorquino do FBI informou em sua conta no Twitter: "Fizemos parar um veículo que era de interesse para a investigação", sem fazer menção a qualquer detenção. "Ninguém foi acusado de qualquer crime. A investigação continua", completa a mensagem na rede social.
[SAIBAMAIS]A imprensa de Nova York informou que os cinco passageiros do veículo estão sob custódia para interrogatórios. Nova York se encontra em alerta máximo. As autoridades mobilizaram 1.000 policiais e guardas nacionais nos aeroportos, terminais de ônibus e estações de metrô. O presidente Barack Obama desembarcou na cidade para a abertura, na terça-feira, da Assembleia Geral da ONU.
- Nova Jersey -
No sábado, uma bomba de fabricação caseira também explodiu em Nova Jersey, em um contêiner de lixo em Seaside Park antes de uma corrida de rua dos Marines, que teria centenas de participantes. A explosão não provocou danos ou feridos, mas resultou na suspensão da prova. No domingo foram encontrados novos artefatos explosivos, informou o FBI nesta segunda-feira.
"Havia um pacote suspeito que continha múltiplos dispositivos explosivos improvisados à noite na estação de trens de Elizabeth, Nova Jersey", informou a polícia federal americana em uma mensagem no Twitter.
"No momento de desativação, um dos dispositivos foi detonado", completa a mensagem, segundo a qual ninguém ficou ferido. O prefeito de Elizabeth, Chris Bollawage, afirmou que o pacote foi encontrado por dois homens, que perceberam "fios e um tubo" e alertaram as autoridades. No domingo, o tráfego ferroviário foi suspenso entre o aeroporto de Newark e Elizabeth.
- Minnesota -
Em Minnesota, um ataque com faca no sábado em um shopping de Saint Cloud, que deixou nove feridos, foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). O autor do ataque "era um soldado do Estado Islâmico, que respondeu à convocação para tomar como alvo os cidadãos dos países membros da coalizão dos cruzados", indicou o Amaq, órgão de propaganda do EI.
O agente do FBI que coordena os trabalhos das forças de segurança na região, Rick Thornton, disse que investiga os atos como um "potencial ato de terrorismo. Mas ressalto que é potencial. Ainda há muitas coisas que não sabemos".
A polícia confirmou que o agressor perguntava às vítimas se eram muçulmanas antes de esfaqueá-las e que fazia referências a Alá. De acordo com o jornal St Cloud Times, o agressor, que foi morto por um policial fora de serviço, era um americano de origem somali, Dahir Adan, de 22 anos, que estudava na universidade local.
Quinze anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, as autoridades destacam que o país está muito mais seguro para enfrentar planos terroristas planejados no exterior, mas é vulnerável a ataques de "lobos solitários" inspirados pela propaganda do EI ou da Al-Qaeda.