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Vídeos policiais da morte de homem negro em Charlotte são divulgados

A polícia havia se negado a mostrar as imagens da câmera fixa de um agente, que gravou o momento dos disparos contra Scott

Agência France-Presse
postado em 25/09/2016 11:20

A polícia de Charlotte divulgou as imagens do incidente no qual um homem negro foi morto pelas forças de segurança na terça-feira passada, o que desencadeou uma onda de protestos nesta cidade do sudeste dos Estados Unidos. A morte de Keith Lamont Scott, 43 anos, por tiros da polícia levou milhares de manifestantes às ruas de Charlotte para exigir das forças de segurança a difusão das imagens oficiais do incidente.

Os vídeos policiais foram entregues aos meios de comunicação e colocados na internet. O primeiro deles mostra Scott saindo de um carro e recuando quando a polícia dispara quatro balas, mas não fica claro se ele tem ou não uma arma na mão. Um segundo vídeo mostra Scott no chão, já baleado, enquanto os policiais o cercam e o algemam com as mãos nas costas.

A polícia havia se negado a mostrar as imagens da câmera fixa de um agente, que gravou o momento dos disparos contra Scott, mas, no sábado, o chefe da polícia de Charlotte-Mecklenburg, Kerr Putney, mudou de ideia. Em declarações à impernsa, disse que a polícia decidu mostrar "os fatos objetivos". "Vocês querem ver os fatos objetivos, e é isso que estamos apresentando", afirmou.

"As pessoas podem interpretar como quiser baseando-se apeans em uma única peça de evidência, e não posso afirmar que o suspeito fará a partir das imagens. Mas digo que todas as peças devem ser juntadas", afirmou. O advogado da família de Scott, Justin Bamberg, disse à imprensa que, apesar da difusão dos vídeos, ainda é impossível "identificar com clareza o que (Keith Lamont Scott) tem na mão, ou se tem algo. Isso não mudou".

- Arma ou livro -
Os parentes do falecido alegam que le tinha um livro nas mãos, e não uma arma. Putney insistiu no sábado que Scott tinha uma arma em seupoder, e acrescentou que também estava na posse de maconha. "Quando os oficiais viram a arma e a maconha, disseram ;oh, oh, isso é uma questão de segurança para nós e o público;", afirmou o oficial.

A polícia também publicou uma fot de uma arma de fogo e um pacote de maconha que, segundo Putney, estavam em poder de Scott. O governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, disse, por sua vez, estar "de acordo com a decisão do chefe de polícia de Charlotte de liberar as imagens".,

"O Escritório Estatal de Investigações me assegurou que a difusão não teria nenhum impacto material sobre a investigação independente". A esposa de Scott já havia divulgado um vídeo com as cenas anteriores e posteriores ao momento que seu marido foi abatido pela polícia.

O vídeo gravado em um smartphone pela esposa da vítima, Rakeyia Scott, entregue por seus advogados a vários meios de comunicação, tem dois minutos e 16 segundos e não mostra precisamente os tiros, mas captura os momentos que conduziram a eles, quando a esposa de Scott pedia aos policiais que não atirassem.

"Não atirem. Não atirem, ele não tem uma arma. Não tem arma. Não atirem", diz a mulher no início da filmagem. "Ele tem uma TBI, não vai fazer nada, rapazes", continua, aparentemente se referindo a uma lesão cerebral (traumatic brain injury). Muitos vizinhos disseram à AFP que Scott era deficiente e tinha problemas de fala.

"Keith, não faz isso", diz a esposa pouco antes de se escutar o som de quatro rápidos disparos, momento em que o celular desvia do lugar dos tiros. Depois Scott cai no asfalto, rodeado por policiais. Durante as manifestações, que exigiam a publicação do vídeo da polícia, foram registrados episódios de violência com policiais dispersando um grupo com gás lacrimogêneo, ainda que tenha sido menos turbulenta do que as dos dias anteriores.


IMAGENS FORTES

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