Agência France-Presse
postado em 28/09/2016 09:52
Los Angeles, Estados Unidos -A polícia de uma cidade da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, matou um homem negro que agia de forma errática, provocando rapidamente protestos contra uma suposta ação injustificada dos agentes.O incidente registrado em El Cajon, 24 km a leste de San Diego, é o último de uma série de mortes de afro-americanos por policiais que vêm gerando indignação por todo o país.
Os agentes policiais se depararam com o homem não identificado, de cerca de 30 anos, atrás de um restaurante depois de receber relatos de alguém que "agia fora de si" e caminhava em meio aos carros, disse a polícia de El Cajón em um comunicado.
O homem, que balançava para frente e para trás, não acatou a ordem de tirar a mão do bolso, acrescentou.
De acordo com a versão da polícia, em determinado momento os agentes tentaram falar com o homem, e "rapidamente ele retirou um objeto do bolso dianteiro de sua calça, juntou suas mãos e as esticou rapidamente em direção ao oficial, no que pareceu ser uma posição para atirar".
O chefe da polícia, Jeff Davis, não descreveu o objeto, mas disse em uma coletiva de imprensa que não foi recuperada uma arma de fogo.
O agente para quem o homem apontava atirou "várias vezes", enquanto um segundo policial disparou simultaneamente seu Taser, indicou a polícia, que divulgou uma imagem recuperada de um vídeo que mostrava um homem aparentemente apontando uma arma ao policial.
Rapidamente, cerca de uma centena de manifestantes se reuniram na cena, acusando a polícia de disparar sem advertência.
"Três deles saíram, com as armas na mão, e atiraram cinco vezes", disse Rumbideai Mubaiwa, uma manifestante, à emissora local KUSI.
"Ninguém advertiu, ou disse para que ficasse quieto, que parasse, nada. Outro negro desarmado morto", acrescentou.
A morte de homens negros por policiais provocou protestos em todos os Estados Unidos, os últimos deles em Charlotte, Carolina do Norte (sudeste do país), na semana passada.
Ali, a morte de Keith Lamont Scott, de 43 anos, provocou vários dias de manifestações, obrigando o governador do estado a declarar estado de emergência e mobilizar a Guarda Nacional.
A população está convencida de que Scott, morto por um policial na semana passada, foi vítima de um erro flagrante.
Segundo a polícia, Scott foi morto pelo agente Brentley Vinson porque se negava a abaixar uma arma de fogo. A família da vítima afirma que o homem carregava apenas um livro.