Ao ser questionado por um membro do serviço militar dos Estados Unidos sobre os jogadores da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL, na sigla em inglês) terem se ajoelhado - em protesto - durante o hino nacional, o presidente Barack Obama disse, nesta quarta-feira, que espera que a controvérsia instasse os americanos a escutarem as preocupações dos outros e não apenas entrar em preocupações separadas.
O encontro de Obama com membros do exército - transmitido esta noite pelo canal CNN - abordou uma série de questões polêmicas. A viúva de um veterano que recebeu tratamento deficitário do Departamento de Assuntos de Veteranos quis saber porquê não havia mais responsabilidade para alguns funcionários. Um soldado perguntou sobre como os ganhos que ele ajudou a garantir no Afeganistão não seria perdido como aqueles no Iraque.
[SAIBAMAIS]Sobre o hino nacional, Obama disse que espera que aqueles que protestam reconheçam que eles o fazem sob um cobertor de proteção fornecido por homens e mulheres fardados. Mas ele também disse que "nós lutamos algumas vezes para que as pessoas possam fazer coisas de que discordamos".
Desde que o zagueiro do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, começou a se manifestar antes dos jogos da pré-temporada da NFL, citando a injustiça racional e a brutalidade da polícia, seu movimento tem se espalhado lentamente pelos campos e quadras dos EUA.
"Eu quero que o senhor Kaepernick e outros que estejam de joelhos, eu quero que eles escutem a dor que podem causar a alguém que, por exemplo teve uma esposa ou um filho e foi morto em combate e porquê dói a eles ver alguém que não está de pé", disse Obama. "Mas eu também quero que as pessoas pensem na dor que ele possa estar expressando sobre alguém que perdeu uma pessoa amada que acham que foi injustamente baleada", completou.
Sobre a Síria, Obama disse que não há uma semana em que ele não revê as premissas para as ações que seu governo tem tomado. Ele defendeu a decisão de não enviar grandes números de tropas no país. Ele disse que os EUA não podem deter uma guerra civil sem grandes números de tropas, que pode sobrecarregar o exército americano.
Donna Coates, a viúva da vítima do câncer Barry Coates, disse a Obama que não acreditava nada mudou no Departamento para Assuntos de Veteranos desde que ele esperou uma colonoscopia por mais de um ano e então morreu de câncer. Obama reconheceu os "problemas imperdoáveis" na burocracia do órgão e disse que alguns funcionários foram demitidos. "Estamos começando a consertar isso, mas ainda não chegamos lá".