postado em 03/10/2016 06:00
Eles são os mais interessados no futuro dos Estados Unidos, mas ainda precisam de um bom motivo para serem convencidos a sair de casa e comparecer às urnas. Com amplo poder de mobilização e de promover mudanças sociais, os eleitores jovens foram cruciais para eleger o presidente Barack Obama, em 2008, assim como para a reeleição, em 2012. Em 8 de novembro, o voto deles deve ser novamente decisivo, desta vez para resolver a apertada disputa entre Donald Trump e Hillary Clinton pela Casa Branca. Ainda é incerto, porém, em qual medida essa fatia dos votantes se fará presente.
O número de jovens que participaram da última eleição presidencial foi menor do que quando Obama foi eleito pela primeira vez ; na ocasião, 51% dos americanos aptos a votar e com menos de 30 anos exerceram o direito. Mas dados coletados pelo Centro para Pesquisa e Informação em Aprendizado e Engajamento Cívico (Circle, na sigla em inglês), da Tufts University, mostram que o voto de pessoas com menos de 30 anos foi fundamental para que o democrata vencesse nos estados estratégicos de Ohio, Pensilvânia, Flórida e Virgínia, e garantisse o segundo mandato.
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[SAIBAMAIS]Na briga entre Hillary e Trump, pesquisadores do Circle acreditam que o comparecimento da juventude às urnas pode definir o cenário em 10 dos 15 estados onde as sondagens eleitorais apontam disputa acirrada. Segundo a instituição, o engajamento eleitoral do grupo etário deve ter destaque em Iowa, New Hampshire, Pensilvânia, Ohio, Colorado, Wisconsin, Virgínia, Flórida, Carolina do Norte e Nevada.
Abby Kiesa, uma das diretoras do Circle, observa que, embora as prévias partidárias tenham registrado uma taxa elevada de participação dos jovens, ainda não é possível estimar se o comportamento se repetirá em novembro. ;Temos visto uma tendência nacional de que a participação de pessoas entre 18 e 24 anos corresponde a quanto os principais partidos buscam alcançar os jovens. As pesquisas mostram que uma educação de qualidade sobre as eleições influencia no engajamento.;
Kiesa observa que a postura de pais, amigos e professores também exerce impacto sobre a disposição para votar. Neste ano, a campanha para que novos eleitores se registrem tem sido mais abrangente e moderna do que em eleições anteriores.
Nas pesquisas nacionais de intenção de voto, Hillary e Trump aparecem tecnicamente empatados. A média dos resultados, calculada pelo site especializado Real Clear Politics, mostra que a democrata tem 47% das preferências, contra 38% para o adversário republicano. Mas a diferença entre os dois salta para 20 pontos percentuais quando são considerados apenas os entrevistados com menos de 30 anos, segundo dados da Monmouth University.