A Venezuela denunciou nesta segunda-feira (3/10) como uma agressão o ultimato de Brasil e Argentina para que Caracas cumpra com suas obrigações com o Mercosul para permanecer no Bloco.
"Venezuela, no exercício legítimo da presidência temporária do Mercosul, rejeita às ameaças e agressões proferidas pelo presidente da República Argentina, Mauricio Macri, e pelo presidente de fato da República Federativa do Brasil, Michel Temer, que persistem em sua ação de implodir e destruir o Mercosul", destaca nota da chancelaria em Caracas.
O documento acusa Brasil, Argentina e Paraguai de atentar contra "a estabilidade do bloco de integração econômica, comercial e social".
Temer e Macri se reuniram nesta segunda-feira, em Buenos Aires, onde concordaram em reafirmar a advertência feita a Caracas para que "cumpra os requisitos" de integração plena ao bloco regional.
Temer garante que o objetivo não é tirar a Venezuela do Mercosul. Macri ressaltou que eles estão preocupados com a "violação aos direitos humanos" e com a não aceitação do referendo revogatório ao presidente Nicolás Maduro pedido pela oposição.
Em setembro, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai assumiram de maneira conjunta a presidência rotativa do Mercosul, que correspondia à Venezuela por ordem alfabética, e advertiram que o país poderia ser suspenso do Bloco.