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Furacão Matthew atinge Cuba após 9 mortes no Haiti e República Dominicana

De categoria 4 na escala Saffir-Simpson, o fenômeno tocou a terra no extremo oriente da ilha, com ventos de até 220 km/h

Agência France-Presse
postado em 05/10/2016 06:19
De categoria 4 na escala Saffir-Simpson, o fenômeno tocou a terra no extremo oriente da ilha, com ventos de até 220 km/h
Porto Príncipe, Haiti -
O furacão Matthew atingiu o leste de Cuba na terça-feira e provocou a retirada de 1,3 milhão de pessoas de suas casas, depois de afetar República Dominicana e Haiti, países em que deixou nove mortos, ao mesmo tempo que os Estados Unidos adotam medidas de prevenção. De categoria 4 na escala Saffir-Simpson (1 a 5), o Matthew tocou a terra no extremo oriente da ilha pouco antes das 19h locais (20h de Brasília), com ventos de até 220 km/h.

O presidente do Conselho de Defesa Municipal de Baracoa (departamento de Guantánamo), Tony Matos, anunciou a previsão de ondas de três a quatro metros de altura, assim como chuvas intensas, com inundações. A chegada do fenômeno forçou a retirada de 1.318.000 pessoas de suas casas. Além de Guantánamo, o furacão deixou em alerta as províncias Santiago de Cuba, Camagüey, Holguín, Granma e Las Tunas.

O Matthew representa o maior desafio ao sistema de alerta e prevenção de emergências de Cuba desde 2012, quando o furacão Sandy, de categoria 2, deixou 11 mortos e provocou grande destruição em Santiago de Cuba.

[SAIBAMAIS]O furacão deixou quatro mortos na República Dominicana e cinco no Haiti. A região sul do Haiti ficou isolada na terça-feira, após a queda de uma ponte na estrada que liga esta parte do país com a área da capital Porto Príncipe. "A Route Nationale 2 está bloqueada na altura de Petit-Goave depois do desabamento da ponte La Digue", disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil, Edgar Celestin, acrescentando que "uma reunião de emergência está sendo realizada para restaurar o acesso, mas vai ser difícil encontrar uma rota alternativa".

No Haiti, país mais pobre das Américas, 9.280 pessoas foram retiradas de suas casas, informou o porta-voz do Ministério do Interior, Guillaume Albert Moléon. "Por enquanto, é impossível fazer um balanço e conhecer a extensão da destruição causada pela passagem do ciclone", disse Celestin. "É a pior tempestade que o Haiti sofre em décadas, e todos os danos serão, sem dúvida, significativos", declarou o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Haiti, Marc Vincent. "Mais de quatro milhões de crianças podem estar expostas aos estragos do furacão", advertiu a organização em um comunicado.

O furacão atingiu a cidade de Anglais por volta das 7h locais (8h, horário de Brasília) com ventos máximos de 230 km/h, informou o NHC, com sede em Miami. A Agência para o Desenvolvimento Internacional (AID) dos Estados Unidos enviou uma equipe de elite de resposta a desastres para Bahamas, Haiti e Jamaica. Na República Dominicana, o Centro de Operações de Emergências (COE) informou que 8.546 pesssoas foram obrigadas a abandonar suas casas em Santo Domingo, assim como em províncias próximas da fronteira com o Haiti.

O furacão pode alcançar o sudeste dos Estados Unidos, onde os governos da Flórida e da Carolina do Norte decretaram estado de emergência. Já a Carolina do Sul ordenou a evacuação do litoral a partir de quarta-feira. "Nosso objetivo é que a população se situe a pelo menos 150 km da costa", declarou a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley. Diante da possibilidade da chegada de Matthew, o presidente Barack Obama decidiu adiar um ato previsto para quarta-feira, em Miami, com a candidata democrata Hillary Clinton.

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