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Tailândia expulsa um dos líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong

Joshua Wong, de 19 anos, participaria em um evento para recordar os 40 anos de um massacre de estudantes tailandeses pelo exército em uma universidade de Bangcoc

Agência France-Presse
postado em 05/10/2016 06:30
Bangcoc, Tailândia - Um importante militante pró-democracia de Hong Kong, Joshua Wong, foi detido ao desembarcar em Bangcoc, expulso pouco depois e obrigado a retornar a seu país, anunciou o partido do líder estudantil, o Demosisto. Em um comunicado, o Demosisto "condena energicamente o governo tailandês por limitar de maneira injustificável a liberdade de Wong".

Joshua Wong, de 19 anos, participaria em um evento para recordar os 40 anos de um massacre de estudantes tailandeses pelo exército em uma universidade de Bangcoc. Wong, conhecido por seu papel no movimento dos Guarda-Chuvas de Hong Kong, foi detido ao desembarcar no aeroporto Suvarnabhumi de Bangcoc na terça-feira à noite.

[SAIBAMAIS]A detenção foi confirmada pelo coronel Winthai Suvaree, porta-voz da junta militar que governa a Tailândia desde o golpe de Estado de 2014. "Não tenho informações de que teria sido detido a pedido da China", declarou o coronel.

Wong participaria na quinta-feira de um debate sobre o massacre de estudantes na universidade de Thammasat de Bangcoc em 6 de outubro de 1976, que é uma referência para os opositores da junta militar que tomou o poder em 2014. "O governo chinês enviou uma carta ao da Tailândia para pedir a detenção de Wong", afirmou o dirigente estudantil tailandês Netiwit Chotiphatphaisal.

Chotipatpaisal, que convidou Wong para visitar a Tailândia, liderou nesta quarta-feira um protesto de dezenas de estudantes que usavam guarda-chuvas em referência ao movimento pró-democracia de Hong Kong. "Joshua Wong tem o direito de estar aqui", gritaram os manifestantes.

Nos últimos meses, a Tailândia expulsou vários opositores chineses. No ano passado, Wong foi expulso da Malásia para Hong Kong assim que desembarcou do avião. Oficialmente, a repressão na universidade de Thammasat deixou 46 mortos, mas os sobreviventes citam mais de 100 vítimas fatais.

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