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Português Guterres deve ser eleito o novo secretário-geral da ONU

Votação informal decisiva no Conselho de Segurança acontece nesta quarta-feira (5/10); Guterres, que dirigiu o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados por 10 anos, obteve o apoio de 13 dos 15 membros

Agência France-Presse
postado em 05/10/2016 22:49

O ex-primeiro-ministro português Antonio Guterres está prestes a se tornar o próximo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), após uma votação informal decisiva no Conselho de Segurança nesta quarta-feira (5/10).

Guterres, que dirigiu o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) durante dez anos, obteve o apoio de 13 dos 15 membros do Conselho, entre eles quatro dos cinco com direito a veto.

Ao fim de uma votação secreta do Conselho, o embaixador russo no órgão, Vitaly Churkin, disse a jornalistas que Guterres, de 67, é o "claro favorito" para suceder a Ban Ki-moon.

Churkin anunciou que, na quinta-feira, haverá uma votação formal no Conselho para confirmar a eleição de Guterres e antecipou que espera que a eleição seja "por aclamação".

Um quinto membro com direito a veto, que não foi identificado, absteve-se durante a sessão, abrindo caminho para que o político socialista se transforme no novo secretário-geral da ONU.

"Desejamos o melhor a Guterres no cumprimento de seus deveres como secretário-geral das Nações Unidas nos próximos cinco anos", afirmou Churkin.

;Um líder eficaz;
Durante a votação desta quarta, os cinco membros permanentes do Conselho - Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos -, que têm direto a veto, usaram cédulas de cor diferente da dos outros dez membros.

Com isso, foi possível ver pela primeira vez se um dos cinco membros permanentes tinha a intenção de bloquear a candidatura de Guterres.

Guterres, que foi ex-primeiro-ministro entre 1995 e 2002, lidera as outras cinco votações informais prévias no Conselho.

Uma vez referendado formalmente pelo Conselho de Segurança, Guterres será apresentado à Assembleia Geral para ter sua candidatura aprovada.

Guterres, que será o primeiro ex-chefe de governo a liderar o organismo multilateral, promete reformar a ONU para reforçar seus esforços de manter a paz e promover os direitos humanos.

O embaixador da França na ONU, François Delattre, disse que a eleição do diplomata português era "uma boa notícia para as Nações Unidas", enquanto o enviado britânico Matthew Rycroft afirmou que "será um secretário-geral muito forte e eficaz".

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, citou a experiência e a visão de Guterres como "convincente" e enfatizou a necessidade de ter um líder eficaz no comando da ONU no atual contexto de múltiplas crises globais.

"Estamos unidos em compreender a gravidade das ameaças que enfrentamos", declarou a diplomata.

;Muita sorte;
Dez candidatos competem por esse cargo, a metade mulheres, entre elas a comissária de orçamento da União Europeia, a búlgara Kristalina Georgieva, que entrou na disputa em 28 de setembro.

Georgieva não conseguiu, porém, o apoio crucial de dois membros permanentes do Conselho, com especulações de que a Rússia teria se oposto à sua candidatura.

A ex-vice-presidente do Banco Mundial recebeu oito votos de desestímulo, incluídos dois facultados a veto; cinco de estímulo, entre eles dois membros permanentes, e dois se abstiveram.

Na rede social Twitter, Georgieva parabenizou Guterres: "Muita sorte para continuar a ambiciosa agenda da ONU".

Quatro mulheres ficaram nos últimos lugares: a chanceler argentina, Susana Malcorra; a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia e chefe do Programa de Desenvolvimento da ONU Helen Clark; a ex-negociadora da ONU sobre mudanças climáticas Christiana Figueres, da Costa Rica; e a ex-ministra moldava das Relações Exteriores Natalia Gherman.

O novo secretário das Nações Unidas assumirá o cargo em 1; de janeiro, substituindo o sul-coreano Ban Ki-moon.

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