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Oposição venezuelana pede correção de referendo para evitar explosão social

Nos últimos meses, setores do governo apresentaram várias demandas judiciais contra a convocação do referendo

postado em 10/10/2016 18:34

Caracas, Venezuela - A oposição venezuelana fez um apelo às autoridades para que seja mantido o processo para um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, ao alertar nesta segunda-feira para uma explosão social que uma eventual decisão judicial anulando este pedido provocaria.


[SAIBAMAIS]"A via eleitoral é a esperança que os venezuelanos têm. Matar o revogatório é colocar o país em uma situação de maior perigo e incerteza (...) Não queremos uma explosão social na Venezuela", declarou em coletiva de imprensa Henrique Capriles, governador do estado de Miranda e ex-candidato presidencial. Acompanhado da maior parte dos dirigentes da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), Capriles afirmou que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) poderia emitir uma sentença que impeça continuar com o processo para convocar um referendo revogatório, que a oposição exige que se realize em 2016.

"Esta declaração busca apelar à sensatez. O que desejamos é que (a denúncia de uma sentença judicial contra o revogatório) seja simplesmente um rumor", disse Capriles. "Nós temos sido uma contenção. Dizemos ao povo, ;espere, espere, temos que ir pelo caminho constitucional;. Mas o que acontece se matarem o revogatório?", perguntou, ao se referir à crise econômica e social que o país atravessa devido à inflação alta, à escassez e à insegurança.

Nos últimos meses, setores do governo apresentaram várias demandas judiciais contra a convocação do referendo. "Não pode ser que o país se aprofunde na crise só porque uma pessoa não quer se submeter ao escrutínio. Há gente dentro da Força Armada completamente contra que se gere uma decisão deste tipo. Avisamos porque tampouco queremos um golpe de Estado", afirmou o líder opositor. A MUD deve, nos próximos 26, 27 e 28 de outubro, coletar 4 milhões de assinaturas (20% do colégio eleitoral) para que seja convocado o referendo revogatório.

A oposição prepara uma mobilização para esta quarta-feira, na qual convocou concentrações nos 1.356 pontos de coleta de assinaturas estabelecidos pela autoridade eleitoral. Embora o Conselho Nacional Eleitoral já tenha declarado que o referendo só poderia ser realizado a partir de fevereiro, a MUD insiste em que seja realizado este ano porque se Maduro perder, será preciso convocar eleições antecipadas. Se a consulta ficar para 2017 e Maduro tiver o mandato revogado, seu vice deverá concluir seu mandato até 2019.

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