Londres, Reino Unido - As prisões europeias se tornaram um viveiro para as redes extremistas, que se concentram em recrutar criminosos experientes para suas ações, afirma um estudo britânico divulgado nesta terça-feira. A ascensão do grupo Estado Islâmico reforçou os vínculos entre terrorismo e delinquência, ressalta este relatório do Centro de Estudos da Radicalização e da Violência Política (ICSR) do King's College de Londres.
A familiaridade de certos detidos com as armas e os circuitos ocultos de financiamento alimentam esta tendência, segundo o estudo. Para elaborar o relatório, o ICSR analisou os perfis de 79 extremistas europeus que partiram ao exterior para combater ou participaram de atentados na Europa. Eram originários de Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha.
Estima-se que cinco mil europeus ocidentais tenham se somado, nos últimos cinco anos, a organizações extremistas como Frente al-Nosra ou Estado Islâmico para combater no Iraque e na Síria. Das pessoas estudadas pelo ICSR, 57% passaram tempo na prisão antes de sua conversão ao extremismo e, destas, 27% experimentaram a radicalização na prisão.
Alguns viram nisso a oportunidade de uma redenção, segundo o estudo. Ele cita ainda o caso de Ali Almanasfi, um londrino de origem síria, que disse: "Quero fazer algo bom uma vez, algo puro". "O Estado Islâmico representa a brutalidade, a força e o poder que estes jovens, frequentemente ex-integrantes de gangues, buscam", afirmou Peter Neumann. "Em termos gerais, diz a eles: 'Podem continuar fazendo o que fizeram até agora. Mas desta vez irão ao paraíso'".