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Representante da OMS nega necessidade de ajuda médica externa no Haiti

"Os equipamentos funcionam ali, mas em condições muito penosas, com limitações de energia elétrica, de acesso à água e provisões" (medicamentos, curativos, etc), disse Poncelet


Porto Príncipe, Haiti
- A Organização Mundial da Saúde pede que se fortaleçam as estruturas de saúde haitianas ao invés de promover uma intervenção médica externa, considerada inútil para gerir a crise humanitária após a passagem do furacão Matthew, informou nesta terça-feira o representante da OMS no país caribenho.

"As melhores pessoas para ajudar os haitianos são os próprios haitianos. Há pessoas no país que não têm trabalho: estimulemos estas pessoas a ter um emprego e que podem ajudar sua população", declarou Jean-Luc Poncelet durante coletiva de imprensa.

A prioridade é restabelecer as estruturas sanitárias nas zonas afetadas. Os hospitais das cidades de Jérémie e Cayes foram atingidos pelo Matthew, mas podem receber pacientes, afirmou.


"Os equipamentos funcionam ali, mas em condições muito penosas, com limitações de energia elétrica, de acesso à água e provisões" (medicamentos, curativos, etc), disse Poncelet.

A crise humanitária causada pela passagem devastadora do furacão Matthew no Haiti suscitou uma onda de solidariedade em todo o mundo, mas a OMS quer racionalizar a ajuda em função das necessidades reais.

"As ONGs estão aqui há muitos anos: é preciso dar prioridade às instituições que já trabalham no país. Falam creole e francês, conhecem as pessoas e são, portanto, as mais eficazes", destacou.

Ao contrário da situação posterior ao sismo de 2010, o país hoje está em condições de tratar as vítimas, sejam feridos durante o furacão ou de ações urgentes para evitar a propagação do cólera.