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ONU mandará enviado ao Burundi após expulsão de observadores

Jamal Benomar, enviado designado da ONU, viajará ao Burundi na próxima semana para estabelecer diálogos sobre esta crise

O Conselho de Segurança da ONU decidiu nesta quinta-feira destacar um enviado especial ao Burundi depois do rompimento de laços com observadores do organismo e manteve sua negativa ao envio de uma força policial internacional.


[SAIBAMAIS]Jamal Benomar, enviado designado da ONU, viajará ao Burundi na próxima semana para estabelecer diálogos sobre esta crise. "O que precisamos é de um compromisso renovado com o governo", afirmou Benomar a jornalistas após um encontro a portas fechadas do Conselho de Segurança, em Nova York. Durante os diálogos, o enviado disse que seria preciso "esclarecer o objetivo da resolução 2303" autorizando o deslocamento de 228 policiais da ONU para monitorar a segurança e afirmou, ainda, "ver se é possível encontrar um caminho para avançar".

O Burundi tinha anunciado que apenas aceitará poucas dezenas de policiais da ONU, desafiando a resolução original adotada em julho passado. A visita de Benomar chega em um momento de tensões crescentes entre a ONU e o Burundi, que esta semana decidiu suspender a cooperação com observadores dos direitos humanos da ONU e também sair da Corte Penal Internacional.

O governo do presidente Pierre Nkurunziza reagiu furiosamente contra um informe de especialistas da ONU que culpou as forças policiais e de segurança pela violência que o país africano sofreu desde abril de 2015. Mais de 500 pessoas foram assassinadas e pelo menos 300.000 deixaram o país desde que a crise começou, depois que Nkurunziza decidiu se apresentar como candidato a um terceiro mandato, sendo reeleito em julho.