Os Estados Unidos pediram nesta sexta-feira (14/10) uma ação imediata para alcançar uma solução de dois Estados no conflito israelense-palestino, enquanto o Conselho de Segurança estuda quais passos deve dar para reativar o processo de paz.
O embaixador adjunto americano na ONU, David Pressman, disse, durante uma reunião informal do Conselho sobre as colônias israelenses que a contínua construção de assentamentos judaicos em territórios palestinos é "corrosiva para a paz".
"Temos que começar a aplicar a solução dos dois Estados no terreno agora mesmo", disse Pressman durante o encontro, organizado por Venezuela, Angola, Egito, Malásia e Senegal.
Os diplomatas da ONU estão avaliando se devem promover uma resolução do Conselho de Segurança que volte a levar à mesa de negociações as partes do conflito no Oriente Médio.
Entretanto, não perdem de vista a campanha presidencial dos Estados Unidos, já que o resultado da eleição de 8 de novembro poderia implicar uma mudança nas relações entre Washington e seu aliado israelense.
Pressman reiterou a postura americana de que o acordo final deve ser negociado entre Israel e os palestinos.
"Mas agora podem ser alcançados avanços significativos frente a uma realidade de dois Estados, devolvendo a expectativa e preparando o terreno para negociações bem sucedidas", destacou, antes de acrescentar: "Israel deve eleger entre expandir os assentamentos e preservar a possibilidade de uma solução pacífica de dois Estados".
Vários governos árabes estão avaliando planos para apresentar um projeto de resolução ao Conselho de Segurança, no qual se peça para deter os assentamentos israelenses, embora os Estados Unidos já tenham vetado uma medida similar em 2011.
As Nações Unidas consideram que os assentamentos são ilegais, mas o Conselho de Segurança não tomou nenhuma atitude que apoie esta postura.
O embaixador venezuelano, Rafael Ramírez, acusou os Estados Unidos - que como membro permanente do Conselho tem direito a veto - de "manter um bloqueio" no Conselho de Segurança, impedindo tomar medidas no conflito palestino-israelense.
Com o governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, a construção de colônias israelenses se acelerou e só no último ano, 15.000 colonos se assentaram na Cisjordânia.
"Chamemos as coisas por seu nome", disse o representante francês, François Delattre.
"Esta política põe em risco a possibilidade de um Estado palestino viável, que é a maior garantia para a segurança de Israel e para uma solução justa e duradoura para este conflito", prosseguiu.
A França oferece sediar uma conferência internacional antes do fim do ano para relançar o processo de paz.
O embaixador palestino, Riyad Mansur, disse que os ministros árabes se reunirão no fim deste mês para decidir se apoiam um projeto de resolução que condene os assentamentos israelenses e para solicitar um estatuto de pleno direito da Palestina nas Nações Unidas.
Desde 2012, a Palestina goza do estatuto de Estado observador não membro da ONU.